O sangue a escorrer misturado com suor pela face de Corluka é uma boa metáfora da estreia de croatas e turcos neste Euro 2016. A expetativa pelo primeiro jogo deste domingo era elevada, mas no Parque dos Príncipes houve mais coração do que cabeça – como se poderá comprovar pelos 35 cruzamentos que os croatas fizeram para a área de Babacan.
Depois de uma primeira parte equilibrada, com o golo de Modric a justificar-se pela melhor organização dos croatas, a Turquia desapareceu do jogo. Foi esse desaparecimento que tornou o jogo mais monótono, com a equipa croata a saber circular a bola, a ter paciência para a levar perto da área, mas a falhar constantemente na finalização.
Viu-se, na Croácia, as características que levaram este país a ter uma das grandes equipas europeias da segunda metade dos anos 90, com elevada qualidade técnica associada à vontade de ter sempre a bola. Na Turquia, confirmou-se o que se antevia, uma equipa limitada, a colocar na atitude a maior aposta para alcançar o sucesso. Durante a maior parte do tempo, a primeira vulgarizou a segunda.
Aos turcos, não se antevê agora qualquer facilidade. Aos croatas, pressente-se que os grandes testes apenas começarão daqui a uns dias.