Luís Cristóvão

O “lado bom” da força

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Começamos a análise dos oitavos-de-final focando-nos nos quatro encontros que compõem o quadro onde está inserido Portugal e que, nos últimos dias, foi na maior parte dos casos indicado como o “lado bom”.

A principal razão para o referir é que nenhum dos históricos favoritos acabou por cair deste lado do quadro, com apenas Portugal, Croácia e Bélgica, equipas à partida vistas como outsiders, a terem que competir com outras seleções com pouca história nos Europeus de futebol.

Mas será que a história terá assim tanto peso?

O primeiro jogo deste quadro vai colocar a Suíça perante a Polónia. Duas equipas muito equilibradas e que deixaram, na fase de grupos, bons sinais para merecer uma presença nos quartos-de-final. Havendo mais poder de fogo na equipa polaca, ora com Lewandowski ora com Milik, a solidez do meio-campo suíço e a capacidade ofensiva dos seus laterais torna o seu jogo bem passível de ser superior aos polacos. Ainda assim, um jogo para 50/50.

Logo a seguir, o jogo mais inesperado, mas também um dos mais emotivos destes oitavos-de-final. O País de Gales venceu o seu grupo e, com o trio Allen – Ramsey – Bale em grande rotatividade, é uma equipa que sabe como marcar, tendo também gente para assumir posturas mais defensivas. Do outro lado, o enorme coração da Irlanda do Norte, uma equipas quase só crença, à espera de poder alargar o seu período de estadia no Euro.

Chegamos ao jogo de Portugal e a Croácia em nada se revela uma equipa acessível. Mesmo que persista a dúvida sobre a condição física de Modric, o conjunto croata revelou uma capacidade técnica que as coloca bem perto dos grandes favoritos. Os portugueses são uma das grandes desilusões da prova, mas já se viu, no passado, Portugal renascer com as prestações goleadoras de Cristiano Ronaldo. Tudo em aberto, portanto.

Já no domingo, o encontro entre a Hungria e a Bélgica parece ser o jogo mais improvável dos oitavos. A Bélgica venceu dois jogos, cumpriu com o que se esperava em termos de resultados, mas deixou muito a desejar em termos exibicionais, parecendo ser um conjunto muito mais confortável a jogar em transição. A Hungria, com a sua boa organização defensiva e a sensação de não ter responsabilidades nestes encontros, acaba por ser um adversário muito perigoso. Será que pode prolongar a sua caminhada?

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