Luís Cristóvão

O “lado mau” da força

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E de repente metade do quadro de acesso à final do Euro 2016 tornou-se irrespirável. Se França, Alemanha e Itália cumpriram com o seu destino e atingiram os oitavos-de-final vencendo os respetivos grupos, o facto de Inglaterra e Espanha terem sido segundos classificados junta-os no “lado mau” da força.

Na verdade, quase que poderíamos estar aqui a olha para um Euro com apenas dezasseis equipas, em que cinco das equipas com mais história na prova se encontravam com três surpresas. Agora, será que algumas das surpresas poderá alargar a sua estadia em França?

A equipa da casa conseguiu cumprir a sua obrigação de terminar em primeiro lugar, ainda que com um empate a zeros frente à Suíça. Dessa forma terá que defrontar a República da Irlanda, que fechou a fase de grupos com uma épica vitória sobre uma Itália em modo descanso. É o agora ou nunca para  equipa de Didier Deschamps, que precisa de uma vitória convincente, em vésperas de ter um teste bem real às suas capacidades nas fases seguintes.

A Alemanha encontra a Eslováquia e poderá continuar a sua evolução tranquila neste Euro 2016. Nos vários jogos disputados, tem deixado a imagem de que pode fazer mais, mas que se vai resguardando para os momentos onde tudo comece a ser a doer. Uma estratégia de quem sabe como se ganham este tipo de competições. Para os eslovacos, a sensação de serem um conjunto que gosta de defender e que sabe aproveitar as brechas defensivas adversárias. Más notícias que a Alemanha tenha tão poucas…

Para segunda-feira, fica guardada a “final antecipada” deste Euro 2016. Não que se tratem das duas melhores equipas da prova, mas foram duas equipas que, ao fim de duas jornadas, apresentavam mais certezas do que dúvidas. A Itália descansou a maioria dos seus titulares e perdeu perante a República da Irlanda sem grandes consequências. Chega fresca e confiante para um embate inesperado com o campeão europeu em título. À Espanha bastava empatar para ficar em primeiro lugar do seu grupo, mas Vicente del Bosque decidiu ir a jogo com o onze titular. Encontrou-se a ganhar cedo mas perdeu o controlo do jogo, acabando mesmo por ceder dois golos. Sinais de nervosismo na defesa, perante um adversário mais poderoso e, sobretudo, a sensação de que o comando já não está nas suas mãos são más notícias para os espanhóis.

O último jogo dos oitavos-de-final é um interessante encontro entre uma Inglaterra ferida no seu orgulho, depois de ter terminado em segundo lugar atrás do País de Gales no seu grupo, e uma Islândia de quem se diz ser previsível, mas que tem um plano de jogo que tem sido difícil de parar. Se os ingleses apresentam qualidade técnica e algum caos tático para atacar em busca de golo, os islandeses fecham-se com sobriedade e impõem o seu físico para criar problemas aos seus adversários. O favoritismo inglês jogará contra isso e contra as suas próprias limitações. Vai ser a doer.

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