Luís Cristóvão

Estabilidade é a palavra preferida do Benfica

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Depois de conquistados quatro títulos nacionais, o Benfica prepara a nova época a pensar em estabilidade. Tantas vezes repetida, esta palavra pode, no entanto, servir para confirmar a mudança de rumo que vem sendo ensaiada nos últimos anos. Depois de negociar as vendas de Éderson e Lindelof, o clube da Luz espera poder manter os outros dois elementos que teriam mercado, Nélson Semedo e Alex Grimaldo, fechando as portas e decidindo-se a enfrentar a temporada sem procurar contratações para ocupar os lugares dos jogadores que saíram. Que efeitos poderá ter esta aposta no rendimento da equipa?

Focando-se as duas saídas na baliza e linha defensiva, o Benfica pode ensaiar uma espécie de regresso ao passado, devolvendo a Júlio César e a Jardel a titularidade. A nível interno, a qualidade evidenciada pelos dois jogadores não levantará dúvidas, o mesmo não se podendo confirmar a nível europeu, onde o Benfica ficará mais frágil. O regresso de Bruno Varela e a contratação de André Moreira para a baliza denunciam as apostas de futuro, mas provavelmente sem muitos efeitos no imediato. Os dois jovens irão competir pelo lugar de suplente do veterano Júlio César. Confirmando-se as manutenções nas faixas laterais, Hermes é um forte candidato a ser emprestado.

No meio-campo, com Fejsa a manter-se como elemento fetiche de uma equipa que quer voltr a ser campeã (a sucessão de títulos do sérvio é impressionante), estará nas apostas feitas na temporada passada a maior expectativa. Zivkovic, Rafa e Franco Cervi são três opções para dois lugares a partir das faixas que, confirmando a evolução, poderão assegurar muitas alegrias aos adeptos benfiquistas. Salvio e Carrilo, por sua vez, manterão também um papel importante, o argentino pela experiência que oferece, o peruano por ser um jogador mais imprevisível, com velocidade, mas instável para se ver como titular. Pizzi também não deverá ter muita concorrência como elemento da zona central, com Krovinovic e André Horta a prepararem-se para o futuro. Entre Samaris e Filipe Augusto, é aceitável pensar que um acabará por sair antes do início do campeonato.

Para o ataque terá chegado a principal contratação do Benfica, o suíço Seferovic, que creio ter o perfil para ser uma alternativa a Jonas. Não sendo um finalizador, terá as características para garantir que o Benfica pode repousar o brasileiro sem ter que mudar de estilo, como aconteceu a temporada passada com Gonçalo Guedes a segundo avançado. Se a ideia passar por negociar Raul Jiménez ou Mitroglou, o mais provável é ver-se chegar uma nova contratação para a linha dianteira. No entanto, nesta zona do terreno, manter jogadores pode não significar manter as mesmas opções. O cada vez menor raio de acção de Jonas poderá convidar Rui Vitória a imaginar um onze com mais capacidade criativa a partir das faixas laterais, daí a importância dos “três duques” apontados no parágrafo anterior.

O grande desafio do Benfica 2017/18 será conseguir manter a impermeabilidade defensiva com os jogadores que eram os suplentes de Éderson e Lindelof, enquanto espera que Zivkovic, Rafa e Franco Cervi se afirmem como líderes da equipa, em detrimento de um Jonas a aproximar-se dos 34 anos. Uma estabilidade em evolução.

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