Luís Cristóvão

A defesa do adepto, contra a torcida única

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No Jornal das 12 da SIC Notícias do passado domingo, tive oportunidade de comentar a polémica saída do dérbi minhoto, entre Vitória de Guimarães e SC Braga, sobre o atraso da entrada dos adeptos no estádio.

No fundo, é necessário terminar com a ideia de que os adeptos são apenas um anexo no futebol português. Quem vai ao estádio tem o direito de ver a partida por completo, em condições de segurança, da mesma forma que, quem está em casa, tem o direito de poder sentir o ambiente e o espetáculo que o jogo proporciona. É responsabilidade da Liga potenciar o produto que tanta atenção atrai pelo país.

Não faz sentido, por isso, que adeptos entrem no estádio já perto da meia-hora de jogo, tal como não faz sentido, nesta mesma jornada, que desavenças, horários e preços levem um dérbi de Lisboa a disputar-se num estádio semi-vazio. Os adeptos são parte integrante do espetáculo e devem estar na prioridade dos clubes, sobretudo aqueles como o Vitória SC e o SC Braga, que na passada sexta-feira, dentro das quatro linhas, proporcionaram um grande jogo de futebol.

Em relação ao tweet da conta oficial do Vitória, o meu reparo não se prende com o humor e a ironia utilizadas, da qual sou totalmente a favor, mas da ideia da defesa da “torcida única” ou de um estádio apenas com adeptos de uma equipa. Nos nossos tempos, e de forma cada vez mais urgente, é necessário que o futebol seja um território de diálogo, de festa e união entre os adversários, exemplo claro da possibilidade de o viver sem recurso à violência.

Por isso mesmo, bancadas coloridas com adeptos das diferentes equipas, em harmonia no aproveitar do jogo que tanta gente apaixona, são condição inequívoca para que exista futebol.

Nota

Deixo a minha manifestação de pesar pela morte de um adepto no Estádio, na passada sexta-feira, com os meus sentimentos para a família enlutada.

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