Luís Cristóvão

Construção de uma filosofia de clube – Introdução

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Se quando olharmos para as diferentes equipas de um clube e encontramos pontos que as ligam, poderemos afirmar que determinadas características são unificadoras, mas só podemos afirmar que existe uma filosofia se esta tiver sido pensada e construída.

Na grande maioria dos clubes, a história trata de se afirmar como elemento unificador. Vitórias do passado, elementos com percurso de anos (vidas inteiras) ao serviço do clube, espaços que acabam por se constituir como um lugar de ritual da prática da modalidade. Noutros casos, por serem mais recentes, as pessoas ligadas à sua criação acabam por individualizar esse processo. No entanto, em todos eles, se a filosofia carece de quem a organize e de quem a coloque em prática, dificilmente podemos sentir algum tipo de evolução.

A criação de um núcleo de treinadores que desenvolva este trabalho em conjunto e com uma visão de, no mínimo, médio prazo, é um dos primeiros passos a dar. Mas não se julgue fácil. Para que os treinadores consigam desenvolver este tipo de trabalho, é preciso que confiem uns nos outros como técnicos e pessoas, o que nem sempre é possível. Depois, é preciso também ter em conta que se delinear uma filosofia pode ser feito num momento de pausa competitiva, afinando-a durante uma temporada, o resultado desse processo, a construção em si, é fruto de vários anos de implementação e só se colhem resultados ao fim de algum tempo.

Esse processo deve ser pensado a partir do grau zero do clube, ou seja, do seu minibasquete. Podemos conseguir, em determinados momentos, transformar uma equipa de um escalão superior, mas é a partir do minibasquete que transformamos, realmente, a filosofia do clube. Assim, chegando a um clube e delineando os primeiros traços daquilo que queremos construir, é bom que consigamos cedo começar a isolar as pessoas, as ideias ou os apoios que podemos conjugar para implementar junto dos mais jovens atletas.

A exigência do treinador, os traços técnico-táticos, a atitude e o companheirismo que nós queremos ver expressos no nosso clube, no longo prazo, deverão começar a ser aplicados junto daqueles que vão chegando, ano após ano, para trabalhar connosco. A primeira impressão, como sabem, é muitas vezes decisiva para as relações que pretendemos construir.

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