Luís Cristóvão

Do amor ao jogo

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Semana 23 – Mesmo sabendo que esta semana teríamos pausa competitiva e que estaríamos em momento de grande atração para causas externas ao treino no contexto local em que nos inserimos, a decisão de não abdicar de nenhum treino trouxe-nos oportunidades para continuarmos a avançar na busca do auto-conhecimento das nossas jogadoras.

Importante ver como o entusiasmo deu sinais de ser recuperado perante a forma de dialogar com cada uma das atletas – tenho sublinhado bastante a ideia de que o mais importante é este encontrar de espaço de confiança que nos permita entender a melhor forma de lidar com cada anseio. Porque é disto que se trata – compreender como cada uma expressa o seu amor ao jogo.

Porque temos quem ame a atividade física e temos quem ame a modalidade em concreto. Temos quem a expresse de forma mais selvagem e desregrada, pela quase necessidade de conviver com a bola, com a competição, com o desejo de ser melhor, e também quem apenas ame tranquilamente, esperando mais do amor do que aquilo que lhe pode dar. Temos quem ame de forma tempestuosa, em conflito permanente com essa coisa amada, tal como temos quem se delicie apenas no simples convívio com esse amor, de uma forma simples e sem olhar a virtudes.

Compreender como cada um ama aquilo que faz é essencial para que as portas que abrimos, no futuro, façam sentido. E se podemos ajudar a que cada uma delas, enquanto pessoa, possa ser melhor, não podemos fazer delas outras pessoas que elas não sejam. Talvez esse seja mesmo o grande desafio que se coloca ao treinador, consolidado este tempo em que o auto-conhecimento das jogadoras foi também um processo de reconhecimento do grupo: saber construir com os materiais que se tem, tão só e nada mais.

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