Muito activo no mercado, o Sporting parte com a clara intenção de redesenhar o seu plantel e focar-se em não cometer os mesmos erros da temporada passada. Jorge Jesus terá identificado as fragilidades na linha defensiva, deparando-se, também, com mais do que prováveis saídas no meio-campo, pelo que é aí que se têm focado as chegadas de jogadores.
A linha defensiva arrisca-se a manter apenas Sebastian Coates como titular em comparação com o passado. A venda de Rúben Semedo e as dispensas de Schelotto e Jefferson deixaram claro como Jorge Jesus estava insatisfeito com os jogadores disponíveis. Piccini parece ser, para já, a única opção para a faixa lateral direita, onde manterá as mesmas características que eram reconhecidas ao seu compatriota que acabou dispensado. Para acompanhar Coates, Mathieu, confirmando-se a sua assinatura, será um acréscimo de experiência, enquanto Fábio Coentrão cumpre na totalidade com as ambições de Jorge Jesus para o lado esquerdo. O problema desta linha defensiva é basear-se em contratações de jogadores que não vêm de épocas positivas. Nenhum dos três jogadores que chegam, todos, de La Liga, vem com nota positiva, antes olhando para a oportunidade Sporting como uma base para voltar ao topo. É uma aposta de alto risco para uma equipa que, tendo a qualificação da Liga dos Campeões em agenda, tem que ganhar já.
O meio-campo será onde o Sporting viverá mais questões e dúvidas no presente momento. William Carvalho e Adrien Silva serão os dois nomes com maior probabilidade de saída no actual mercado. Gelson Martins é outro dos nomes desejados, mas que poderá ficar um ano mais em Alvalade para ver crescer a sua cotação. Bruno Fernandes é a contratação de maior nível para esta zona do terreno, ficando a dúvida sobre se Jorge Jesus o vê como um 8 ou como um médio mais ofensivo. A mesma questão se coloca, aliás, a todos os reforços para o meio-campo. Rodrigo Battaglia não evoluiu da melhor forma do Desportivo de Chaves para o Braga, colocando-se em causa a sua capacidade de adaptação ao Sporting, o mesmo acontecendo com Mattheus Oliveira. João Palhinha, que já esteve no plantel na segunda metade do ano passado, é uma opção segura para o lugar de médio mais defensivo, mas parece claro que, a sair William, faltará ainda uma outra opção para essa posição.
Na frente, faltava uma opção válida a Bas Dost e Doumbia cumpre plenamente esse papel. Um jogador que tem garantido golos por todas as ligas onde passou e que tanto poderá o homem referência da equipa, como surgir como segundo avançado. No entanto, nessa frente, quer Alan Ruiz, quer Daniel Podence, são opções muito fortes para elevar a competitividade no ataque.
O grande desafio é, assim, confirmar as apostas de risco na defesa e conseguir atacar no mercado um jogador para o caso de William Carvalho sair.