Quando aquele atleta que escolhe o momento de se dedicar com maior ou menor intensidade ao treino consegue um cesto decisivo no último segundo, então ele está no processo de conquista da confiança necessária para tomar decisões.
Se o treino pertence ao domínio do controlo do treinador, o jogo está no domínio do controlo do jogador. Por muito que o treinador tente simular o contexto competitivo em treino, aquilo que acontece num campo é muito mais parecido com o que nos acontece na vida: estamos continuamente perante o processo de ter que tomar decisões.
O jogador não se dedica suficientemente a determinados exercícios? Está demasiadas vezes “cansado”? Poupa-se em ações que lhe parecem menos interessantes para estar em melhores condições para o momento de jogo no treino? É humano. Lidemos com isso com a naturalidade que os seres humanos merecem, transmitindo-lhes os melhores caminhos para atingir determinados fins, ainda que sempre conscientes que a responsabilidade da escolha é deles.
Quando, então, aquele atleta consegue um cesto decisivo no último segundo, estamos a ter sucesso. Ele pode falar-lhe de sorte, mas a verdade é que ele está perante uma situação em que testou a sua confiança e teve sucesso. O treinador, aparentemente, tem a situação fora do seu controlo. O treinador está a fazer o seu trabalho.
Amanhã há treino.