Luís Cristóvão

Marcar quando é preciso

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O dia 20 de junho bem poderia ser marcado no calendário como o dia do golo português. Porque se existem muitos golos e muitas datas que já deram aos adeptos da seleção nacional razões para serem felizes, foi neste dia, com vinte anos de diferença, que Nené e Nuno Gomes marcaram golos quando eles eram, realmente, precisos.

1984, no La Beaujoire, em Nantes. Um Portugal – Roménia onde era obrigatório ganhar. Já a menos de dez minutos do final do encontro, Nené, entrado a meio da segunda parte para o lugar de Carlos Manuel, surge na área a corresponder a um cruzamento. Está só e, de primeira, atira para o fundo das redes de Moraru.

2004, em Alvalade, Lisboa. Um Portugal – Espanha com sinal obrigatório de vitória para os portugueses. Luiz Felipe Scolari mexeu ao intervalo, lançando Nuno Gomes para o lugar de Pauleta. E foi o ponta-de-lança cujas exibições na seleção o transformaram numa espécie de talismã que, depois de criar espaço à entrada da área perante dois defesas espanhóis, rematou cruzado sem hipóteses para Casillas.

Por mim, todos os jogos decisivos de Portugal deveriam ser jogados a um 20 de junho. Porque, vindo do banco, haveria de aparecer um avançado inspirado para nos resolver os problemas e nos levar a sonhar, marcando o golo quando é preciso.

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