Luís Cristóvão

Aquela história de amor

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Pensem naquela história de amor, onde a antecipação vale tanto ou mais do que a concretização. Esperámos tantas horas pelo Alemanha – Itália, vivemos tantas possibilidades que poderiam sair de um duelo tático entre as duas equipas mais fortes do Euro, que seria inevitável que o seu confronto, pelo menos a abrir, nos soubesse a pouco.

Mas o fogo lá se acendeu, com uma Alemanha a mudar a arrumação das suas peças para se acomodar a uma Itália que parece confortável a sofrer. Foi preciso esperar pela segunda parte para ver golos. Ozil, aos 65 minutos, a dar conforto aos germânicos, para que Boateng, numa abordagem infantil, desse uma grande penalidade ao adversário. Bonucci marcou. Quantas vezes, naquela história de amor, quando tudo parece correr bem e algo se atravessa no caminho.

Prolongamento, com o jogo a esfriar, ambas as equipas a quererem evitar a saída precoce da prova, apostando tudo naquilo que ambas têm de melhor, os seus guarda-redes, para uma série de marcação de grandes penalidades que se previa épica. Mas, épico no amor é o quê? Uma sucessão de acertos e falhanços, procurando a perfeição impossível de alcançar, chorando, sorrindo, ao nos vermos com vantagem e sem ela logo ao pontapé seguinte.

A história de amor acabou como costuma acabar no futebol. Com a vitória da Alemanha. Vamos continuar a apaixonarmo-nos por aí, mas este será daqueles jogos que iremos, com certeza, recordar para sempre.

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