Luís Cristóvão

Agressividade no clássico da Taça de Portugal

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Sporting e FC Porto entram em campo, esta quarta-feira, no jogo da segunda mão das meias-finais, com a equipa azul e branca a trazer vantagem de um golo da partida disputada no Estádio do Dragão. Olhando aos dados estatísticos da cada equipa na presente temporada, antevemos os acontecimentos de Alvalade.

Para começar, contexto. O Sporting já venceu a Taça da Liga e tem ainda o segundo lugar da Primeira Liga à vista, com a importante classificação para a Liga dos Campeões a depender apenas de si própria (quatro vitórias nos jogos que restam colocarão o Sporting na pré-eliminatória dessa prova), mas Jorge Jesus sempre colocou o Jamor no topo das suas preferências, tendo ganho a Taça de Portugal apenas por uma vez, em 2013-14, com o Benfica.

O FC Porto venceu no Estádio da Luz no passado domingo e, a partir daqui, entra em contra-relógio com quatro jogos onde precisa de somar 10 pontos para garantir o título. Para Sérgio Conceição, esse será o objetivo principal da época, e apesar do foco se mudar, neste momento, para essa conquista, a vantagem que traz do Estádio do Dragão levá-lo-á a apresentar uma equipa competitiva em Alvalade.

Superioridade azul e branca no ataque

Os números do ataque dão uma clara supremacia ao FC Porto. Gerando mais desequilíbrios a partir do drible, mais oportunidades de golo, mais remates e impondo-se de forma mais permanente aos seus rivais, a equipa de Sérgio Conceição tem sido um conjunto que se diferencia nesse aspeto da concorrência.

Sporting FC Porto
Remates 14 17.6
   > Pequena Área 1.2 1.6
   > Área 8.3 11.6
   > Fora da Área 4.5 4.4
Dribles 18.2 22.7
   > Conseguidos 10.5 14.6
Bolas Aéreas 29.9 34.2
   > Conquistadas 16.3 20.7
Passes-Chave 9.9 12.7

No entanto, perante um Sporting a precisar de marcar para retomar o equilíbrio na eliminatória, a expetativa será a de ver os Leões com mais bola na fase inicial da partida, buscando ter essa iniciativa. Nas últimas semanas, a equipa leonina tem demonstrando essa capacidade, como que recuperando alguma frescura em termos ofensivos, o que lhe permite acreditar na possibilidade de chegar ao Jamor.

Guarda-redes em destaque

Se o FC Porto concede, em média, muito menos oportunidades de remates aos seus adversários, as equipas acabam por se equilibrar em termos de golos sofridos por causa dos seus guarda-redes. Iker Casillas comprovou, esta semana, no Estádio da Luz, a forma como se transforma em elemento decisivo para impedir a concretização dos adversários. Já Rui Patrício é o guarda-redes dos quatro primeiros classificados da Primeira Liga com mais defesas realizadas por 90 minutos, com um aumento superior a 25% em relação à temporada passada.

Sporting FC Porto
Remates permitidos 10.9 7.9
Interceções 12.5 15.2
Ultrapassados em drible 6.1 6.9
Alívios 15.9 18.5

Esses dados confirmam que as duas equipas têm nos seus guarda-redes elementos de destaque, o que poderá até sobressair se a decisão for decidida da marca de penálti, possível se o Sporting estiver a vencer por 1-0 no final dos 90 minutos e se mantiver esse resultado no final do prolongamento.

O clássico da agressividade

É o elemento chave desta partida, a agressividade. De uma forma geral, o FC Porto é um conjunto mais imponente na forma de abordar as partidas, sendo que Sérgio Conceição não tem visto como abdicar dessa característica da equipa, mesmo em situações onde se esperaria alguma contenção. E, na verdade, essa coragem competitiva vai-lhe valendo o concretizar dos objetivos. Ao mesmo tempo, o Sporting vai demonstrando capacidade para equilibrar essas contas, sobretudo num momento em que a equipa terá que recuperar de desvantagem.

As ausências poderão pesar nas opções de cada treinador. O FC Porto não tem Danilo Pereira e não apresenta, Sérgio Conceição, confiança em opções que não sejam ter Herrera e Sérgio Oliveira no onze, o Sporting tem mais dúvidas, mas promovendo o regresso de William Carvalho, acabará por reforçar a sua capacidade para sair com a bola controlada e, a partir daí, dar maior intencionalidade às suas ações a partir da primeira fase de construção.

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