O FC Porto venceu o Tondela por 1-0 com um golo de Tiquinho Soares aos 85 minutos. A generalidade das análises aponta o sucesso defensivo dos beirões e a ansiedade dos portistas para confirmar uma vitória que deveria ter sido mais fácil. No entanto, o jogo não nos demonstrou nem uma, nem outra coisa. Analisar pelo resultado é, quase sempre, ficar aquém da realidade da produção de cada uma das equipas.
Um golo nunca é só um golo – é certo que os puristas do resultado me dirão que o que interessa é marcar e não sofrer, mas mesmo para marcar, tal como para não sofrer, muitas outras variáveis entram em jogo. No encontro de ontem, tivemos o FC Porto com maior produção ofensiva da temporada, encostando o Tondela às cordas e não permitindo à equipa de Pepa mostrar quase nada daquilo que têm vindo a ser as suas qualidades.
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Os tondelenses chegaram ao Dragão como uma das equipas que menos remates permitiam na Liga NOS, isto apesar de ser um conjunto que também abdica, na maior parte do tempo, de ter a bola. O que vimos não foi um Tondela a assumir uma postura defensiva, mas uma equipa que não teve hipótese. Permitiram praticamente o dobro dos remates, em 45 minutos, do número que era a sua média por jogo, revelando muitos “buracos” numa defesa que, em linha de quatro, não chegava para tapar toda a largura ofensiva do FC Porto.
Para além disso, com os seus extremos obrigados a descer quase para a zona da área, o Tondela não criava o mínimo perigo em termos ofensivos, tendo mesmo acabado o jogo sem um remate enquadrado. Os portistas produziram mais do que suficiente para vencer a partida sem problemas, tendo voltado a ser Cláudio Ramos o homem que atrasou um golo que parecia certo desde muito cedo.
No contexto de Liga NOS, o FC Porto comprovou que a dupla formada por Herrera e Sérgio Oliveira oferece um rendimento no jogo que melhora toda a equipa. Para além do contributo de Marega (8 remates), Aboubakar e Tiquinho Soares (3 cada um), houve também um forte incremento dos remates fora da área em relação a jogos anteriores. É um Porto mais forte e mais dominador aquele que se mostrou perante o Tondela. O resultado é, claramente, curto para a realidade da produção do jogo.