Desde o Europeu 2016 que a questão dos defesas-centrais da seleção portuguesa se coloca, tendo em conta a veterania do quarteto que representou Portugal nessa competição. Dois anos depois, continua a procura por soluções que garantam o nível equilibrado com o resto do conjunto.
Sem dúvida que é um setor onde as opções não são tão profundas quanto no meio-campo ou nas alas. Mas Fernando Santos tem vindo a tentar solidificar as suas opções para o corredor central. Pepe, atualmente no Besiktas, mantém-se como aposta firme para liderar o setor.
No programa #Convocatória, no final do Mundial, apontava a procura de um “novo José Fonte” como um dos trabalhos de Fernando Santos para esta época. Tem sido claro que é esse o caminho que o selecionador nacional apontou, ainda que aproveitando o facto de Rúben Dias se ter afirmado como titular no Benfica, para o manter nas convocatórias.
À procura, no entanto, de uma referência com experiência, Luís Neto, que tem estado, ao longo dos anos, dentro e fora do grupo da seleção, sobressai no início da temporada. Depois de um ano um tanto falhado entre Zenit e um empréstimo ao Fenerbahce, o poveiro voltou à Rússia e demonstra um nível alto. A sua vantagem passa, também, pelo hábito de jogar mais vezes à esquerda do que as restantes opções desta lista da seleção nacional.
O jogador que, há uns meses atrás, tinha apontado, Pedro Mendes, também se mantém a um nível elevado em termos exibicionais, no Montpellier, da Ligue 1, afirmando-se mesmo, na comparação de dados da WhoScored, como o jogador mais regular do trio de convocados que buscará o lugar de titular ao lado de Pepe.
Alargar o quadro
Pensando pela cabeça de Fernando Santos, é natural que jogadores como Bruno Alves e José Fonte, mantendo-se em atividade na Série A italiana e na Ligue 1, possam voltar a entrar nas contas da seleção. Este último, utilizado com regularidade na equipa do Lille, poderá esperar uma chamada muito em breve.
Curiosamente, Fonte veio ocupar o lugar de Edgar Ié, que foi chamado, no passado, por Fernando Santos, mas que acaba por quase não ter utilização no seu clube, atualmente. O mesmo acontece com Rolando, que não tendo qualquer minuto jogado na presente temporada, devido a lesão, não entra no lote do técnico nacional.
Juntam-se, ainda, três opções que poderiam ambicionar a uma estreia na contabilidade dos centrais portugueses. Diogo Leite foi peça bastante utilizada no início da temporada pelo FC Porto, mas a chegada de mais concorrência ao plantel, devolveu-o à equipa B. No entanto, é seguramente dos elementos que mais prometem no que toca à chegada à seleção no futuro.
Paulo Oliveira, no Eibar, e Roderick Miranda, no Olympiakos, são nomes que poderiam contar como opções. Assim acaba por ficar demonstrado que, podendo o nível global das opções estar abaixo de outros setores, a questão central de Portugal tem hoje várias respostas a dar, no que toca a possibilidades.
Esta quinta-feira, vou estar na SIC Notícias na antevisão e rescaldo do encontro entre Polónia e Portugal, a contar para a Liga das Nações da UEFA. A partir das 18 horas.