Luís Cristóvão

O jogo é que faz as perguntas, o jogo é que dá as respostas

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Qual a probabilidade de estar 100% certo num contexto tão indefinido como um jogo de futebol? Talvez os treinadores se pudessem dividir por dois campos, conforme a resposta dada a esta pergunta. Veremos como o fazem os técnicos dos dois jogos que vou comentar este fim-de-semana.

Abel Ferreira, muito provavelmente, olharia para o jogo como algo que ele pode controlar. Pelo menos do lado da sua equipa. O Braga procura ter uma organização férrea dentro de campo, com os jogadores bem definidas, as estruturas arrumadas para resultarem conforme o pensamento do técnico. Se isso lhe confere possibilidades de ter mais sucesso, também é isso que o coloca perante maiores dificuldades quando o jogo lhe foge ao plano. E pode fugir de diferentes maneiras. Mas, quase sempre, fica mais difícil para o Braga quando lhe é exigida uma criatividade que a equipa, por organização e crença, muitas vezes dispensa. Ricardo Horta poderia ser a peça central de um Braga pensado de forma diferente.

Hoje recebe um Belenenses SAD que é, em si, um protótipo do caos que o futebol nos pode oferecer. Uma equipa que procura ter bola para se defender da iniciativa do adversário. Uma equipa que confere diferentes roupagens a um mesmo onze, que pode adotar (e adota) sistemas diferenciados de uma semana para a outra. Jorge Silas tem um discurso afinado na forma como pretende que a sua equipa cresça, mas a sua prática foi ficando mais ciente das necessidades que a prática impõe. Talvez por isso tenha passado de ser uma equipa da segunda metade da tabela para viver na luta pela Europa. Talvez por isso tenha passado das ambições europeias para cinco jogos sem ganhar e quatro jogos sem marcar. Quanto mais definido for o plano do adversário, mais o Belenenses parece encontrar bases para crescer no jogo. É isso que pode acontecer em Braga.

Este é para ouvir na rádio. A partir das 19 horas, em direto, na Antena 1, com narração de Fernando Eurico, comentários de Luís Cristóvão e reportagem de Nuno Braga.

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A incerteza quando vista no espelho

Há menos de um mês, Barcelona e Sevilla encontraram-se por duas vezes. Taça do Rei. Na primeira mão, na Andaluzia, os sevilhanos venceram por 2-0. No Camp Nou, o Barcelona goleou por 6-1. Quando se pensa em LaLiga, hoje em dia, já não se pensa nos melhores jogadores do mundo nem nos maiores espetáculos do futebol. Pensa-se, sim, onde montar uma equipa e sobreviver aos desafios de Campeonato e Taça são mais complexos do que em qualquer outro lado. O conhecimento tático dos jogadores não encontra paralelo noutro país. Um desafio às capacidades de treinadores que precisam de entender a justa medida de gerir talento e conhecimento em tempo real.

O Sevilla não vence em LaLiga há três jogos, oito pontos desperdiçados que lhe poderiam manter no pódio. O Barcelona vive também uma crise de valores, mais dependente de Messi do que nunca, com contratações de inverno que pouco sentido fazem para o assentar de uma identidade que continua em processo de fusão com as fragilidades de um processo que escapou ao criador. O jogo deste sábado é o jogo das incertezas, depois de uma semana de competições europeias que permite um sorriso de alívio ao Sevilla e pesa sobre os ombros de um Barcelona que voltou a ficar um jogo em branco, desta feita, em Lyon.

Pablo Machín talvez tenha mais certezas sobre o ponto de partida em que pega nos jogos, mas Ernesto Valverde vive melhor com as fragilidades do que apresenta em campo, dançando de forma mais eficaz com as perguntas que o jogo faz e às quais só o jogo pode responder.

O encontro entre Sevilla e o Barcelona tem transmissão, em direto e exclusivo, na Eleven Sports. Este sábado, 23 de fevereiro, pelas 15h15, com os comentários de Pedro Filipe Maia e Luís Cristóvão. Entra na conversa com #JogaLaLiga no Twitter.

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