Luís Cristóvão

Dia de Lusofonia na CAN

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Angola em busca de apuramento direto, Guiné Bissau à procura de se manter em competição, este sábado é dia de Lusofonia na CAN 2019, com duas seleções a merecerem atenção.

A seleção dos Palancas Negras foi uma das sensações da primeira jornada. Cumprindo muito bem defensivamente e com dinâmicas acertadas no momento ofensivo, melhoradas com o recuo de Fredy na segunda parte, Angola pareceu sempre ter um certo domínio perante a Tunísia. A mesma equipa tunisina que, ontem, voltou a empatar frente ao Mali e pode, agora, ceder a Angola a partilha do primeiro lugar no grupo.

Angola defronta uma equipa que conhece bem, tendo-a defrontado nas qualificação para esta prova. Uma vitória por 4-1 em Luanda parecia denotar todas as fragilidades da seleção da Mauritânia, que, no entanto, alguns dias depois, havia de vencer por 1-0 em casa. É esta transformação em curtos espaços de tempo que terá de ser trabalhada pela equipa angolana, obrigada a manter o foco e a disciplina que evidenciou na primeira jornada, mesmo que as notícias do ambiente no grupo de trabalho não sejam totalmente positivas, tendo em conta anunciados atrasos no pagamento de prémios.

O favoritismo, no entanto, é todo dos Palancas Negras. Fazê-lo valer significará um apuramento para os oitavos-de-final praticamente certo e a possibilidade de escrever história com uma equipa que demonstra uma maturidade raramente vista antes neste conjunto. 2019 pode ser um ano histórico.

À procura do melhor da Guiné

Depois de ter feito uma boa prestação na edição de 2017, a segunda presença da Guiné Bissau na CAN prometia maior capacidade competitiva. No entanto, dois anos parecem ter transformado bastante a realidade do futebol africano, com a mudança de calendário, com o aumento de participantes mas, sobretudo, com a forma como a organização coletiva entrou de rompante a fazer a diferença nesta edição da prova. Se é certo que, no passado, algumas seleções do norte do continente faziam valer-se dessa característica para se superiorizar, a democratização da organização coletiva deixa à vista fragilidades nítidas em vários conjuntos.

A Guiné Bissau foi uma dessas equipas, na primeira jornada, completamente ultrapassada por uma equipa dos Camarões demasiado forte para ser surpreendida. O apuramento nos dois primeiros lugares ficou mais complicado e, hoje, só mesmo uma vitória sobre um Benim que surpreendeu na primeira jornada poderá valer o continuar a sonhar, tendo em conta que, no grupo, ainda se encontra a seleção do Gana.

O Benim, não por acaso, mostrou ser uma equipa sólida no seu bloco recuado, com três centrais, e enorme capacidade para, no ataque, beneficiar das qualidades de Mounié e Poté para fazer a diferença. Acabou por fazer, aproveitando a expulsão de Boye. Assim, mais logo à noite, enquanto a Guiné luta pela sobrevivência, o Benim luta pelo sonho da primeira vitória e de um apuramento histórico para a fase seguinte. Num dia com tanta atenção para as seleções lusófonas, a expetativa é que os guineenses de Baciro Candé possam mostrar uma outra face, bem mais positiva, de maior qualidade.

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