Semana 17: Formação

Mike Kryzyewski

Em período de Natal, só se realizaram dois treinos, com a preocupação principal a ser a manutenção de ritmo depois de finalizado o período escolar e também a terceira fase de competição. Tendo terminado com uma vitória, o ambiente na equipa é agora muito positivo, com vários atletas a compreenderem as conexões entre o trabalho realizado no treino e aquilo que se atinge em jogo.

No entanto, sobretudo nestas idades, por vezes é preciso reforçar. Esse reforço toma contornos em situações onde nos temos que colocar na posição de “advogado do diabo”. Um dos atletas definiu uma ação sua no jogo como uma “sorte”. Eram os seus únicos dois pontos somados neste jogo e havia que chamar-lhe a atenção para o facto de a sorte não existir. Desmontar o gesto técnico feito através dos exercícios que ele vem repetindo nos treinos e dos conselhos que lhe foram dados ajudou-o a compreender que é no treino que se começa a ganhar e a fabricar a tal “sorte”.

Estes dois treinos foram também importantes para testar experiências de auto-regulação do grupo. Cada treinador tem a sua postura em treino e quando um grupo de trabalho é exposto a treinos dados por elementos diferentes, pode tornar-se mais complicado manter o foco do grupo. O primeiro ponto é que os atletas conhecem e reconhecem as personalidades dos seus treinadores, pelo que tentar seguir pela “cópia” não tem resultados. Devemos, isso sim, utilizar a nossa personalidade reconhecida para impor o ambiente e o ritmo do treino. Firmeza, atenção e exigência são sempre necessários no treino, mas é bom saber que as podemos impor com um olhar, uma simples palavra ou mesmo com um sorriso. Sublinhar as atitudes que queremos reforçadas e marcar linhas nos limites da ação de cada um é, por isso, essencial para que o grupo compreenda a necessidade de auto-regulação. E quando é o próprio grupo entra nesse processo, o treinador pode dar um passo atrás e gerir o seu desgaste.

A paragem nos treinos não significou, ainda assim, uma paragem nas atividades de formação. Com menos tempo de treino, aproveitou-se para encontrar novos exercícios, ensinamentos e ideias junto de quem mais sabe. Acompanhar treinos disponíveis na rede ou marcar presença num clinic foram escolhas acertadas.

Ver Mike Kryzewski num treino ou compreender como Carlos Seixas ou Goran Nogic se posicionam num clinic são fontes de reforço do trabalho formativo que vem sendo feito. Aprender a prestar atenção a um determinado pormenor na organização de um exercício ou na execução de um gesto, transforma-se num ganho enorme para aqueles que vierem a estar sob a nossa direção no futuro. O que não podemos nunca abdicar é de estar presentes e ativos neste processo. A verdade é apenas esta: um treinador não deixa nunca de estar a treinar, a si próprio e aos outros.

Amanhã há treino!

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