Na fronteira entre a infância e a adolescência, os comportamentos de cada um tendem a extremar-se. Por vezes demasiado agarrados, ainda, ao facto de serem apenas crianças, noutras na tentativa de serem adultos, os miúdos têm a única constância na inconstância que se torna regra na sua vida. Daí que, se estamos a ver de cima – do ponto de vista do adulto -, se há coisa que não nos pode espantar é que, certas coisas, não corram conforme o previsto.
Esta semana, devemos ainda juntar um outro facto à equação. Há vinte anos, pelo menos, andava eu a finalizar o 2º ciclo, e já era tema de discussão pedagógica a acumulação de testes e provas numa só semana. Passaram-se vinte anos e não faço ideia se essa discussão existe, ainda, ou não. O que existe são miúdos com cinco ou seis(!) testes marcados para a mesma semana, o que me parece um exagero para quem tem 11 ou 12 anos.
Imaginem, assim, como andam estas cabeças… Imenso cansaço devido à sobrecarga mental de testes atrás de testes, um relaxamento natural pela aproximação das férias e as hormonas aos saltos com a barba que lhes vai aparecendo na face. Se não chegarmos ao treino ou ao jogo bem conscientes daquilo que temos em mãos, o mais provável é acabarmos por, com o nosso nervosismo e na nossa falta de preparação, tornar as coisas ainda mais difíceis para os miúdos.
Esta semana, com os seus inúmeros sobressaltos, está finalmente fechada. Agora é tempo de tentar colocar para trás das costas uma série de coisas e olhar para o que de bom se vai vendo na evolução dos miúdos e das equipas. Temos a perfeita noção do lugar onde estão os problemas. Só temos que agir em conformidade com isso. Afinal, é bom não esquecer que tudo isto era suposto ser divertido.
Amanhã há treino.