Semana 30/31 – Férias escolares, pausa competitiva e horários de treino adaptados a essa realidade. Dois objetivos primordiais: proporcionar um descanso ativo para um grupo de jogadoras que dava muitos sinais de fadiga (sobretudo mental, com os testes e as notas a trazerem um aumento da ansiedade) e trabalhar aspetos de técnica individual que poderiam ser melhorados nestes treinos mais relaxados.
O treino passa a viver-se enquanto uma experiência. Em vários momentos, são colocadas questões aos jovens atletas, para que estes procurem em si algumas respostas que poderão vir-lhes a aumentar as ferramentas disponíveis para jogar a modalidade. Nas duas semanas, duas questões surgiram sobre a forma de procurar o lançamento em suspensão após finta.
Para ambas a mesma questão: com que tipo de drible arrancamos para encontrar espaço de lançamento?
- Na primeira situação, simulávamos a busca de uma visão limpa do cesto após finta de lançamento. A escolher entre as opções de arranque cruzado, ficando mais próximo do cesto e usando o corpo para proteger a bola, ou, com um drible lateral, desviar do campo de ação do defesa.
- Na segunda situação, a utilização do step back para fugir, de novo, à área de influência do defensor. Ponto crítico: o equilíbrio no lançamento após este movimento. Em termos gerais, o movimento é ensinado, também, com o arranque cruzado, mantendo o peso do corpo distribuído na linha dos ombros, defendendo também o drible com o corpo. A opção passaria por utilizar o arranque direto, deslocando todo o peso do corpo para o lado da mão forte, saltando sobre esse pé para, em espaço recuado, conseguir uma suspensão em pleno equilíbrio.
Em nenhum caso as opções se auto-excluem. Mais, também evito constantemente falar de certo e errado em questões técnicas, abordando cada momento como uma descoberta pessoal que os jovens atletas irão fazer com o seu corpo, a sua dinâmica, a sua forma de ver o jogo.
No fundo, o treino transforma-se como uma experiência que visa colocar a teoria perante a realização prática e concreta de cada atleta. Por aí, pretendemos encaminhar o jovem para um questionamento e descoberta das ações. Demora mais tempo e pode levar a alguns becos sem saída, sem dúvida. Mas também me parece que, nos casos de dedicação, o sucesso pode ser maior.