Aquele retângulo relvado é o lugar onde acontecem as melhores histórias. Para os austríacos, foi aí que escreveu uma bela história de apuramento para este Euro, deixando para trás a Rússia e a Suécia. Era essa história que trazia na bagagem para o primeiro jogo em França, frente a uma frágil Hungria. Só que a fragilidade do adversário faltou à chamada.
Poderia ter marcado logo aos 30 segundos, o conjunto austríaco. Nos primeiros minutos dava razões para acreditar na narrativa das antevisões. Mas enquanto perdia ritmo, sem acelerar no ataque, via a Hungria crescer com o acerto das suas marcações e pelo envolvimento das iniciativas ofensivas, cada vez mais certeiras com o passar do tempo.
O golo nasceu de uma jogada onde se derramou inteligência pelo Stade de Bordeaux. Kleinheisler e Szalai foram trocando a bola até o ponta-de-lança que não marcava golos desde dezembro de 2014 atirou para o fundo das redes. Quando se esperava que os austríacos pudessem reagir, Dragovic viu o segundo amarelo e Marcel Koller optou por não mexer. Foi como se tivesse condenado a sua equipa à derrota. Com dificuldades para construir perante uma primeira linha de pressão do conjunto húngaro, não havia bola perto da área de Kiraly.
Já perto do fim, num lance de contra-ataque, Stieber haveria de fazer o segundo golo. Não interessava o que diziam as antevisões, a Hungria tinha-se guardado para escrever a história, pela sua própria mão, neste seu regresso aos grandes palcos do futebol. As contas do Grupo F vão ter que saber integrar esta vontade.