Sim, o jogo é como a vida. E pelos dias andamos a mendigar uma jogada, um remate, um gesto para nos emocionarmos. Quando o encontramos, é como se nascêssemos outra vez. Quanto éramos pequenos, pensávamos que isso acontecia apenas perante os nossos olhos. Agora, mais crescidos, entendemos que há muitos que se apaixonam por essas coisas. Como nós.
Portanto, o jogo e a vida. As duas coisas juntas, misturadas, confundidas no que pretendemos desenrolar como um sentido. O entender de um plano. O acreditar numa intuição. O vê-lo repetido, uma e outra vez, até que seja concreto e material o desejo de ser superior ao adversário. Quase como um livro que se abrisse perante nós e sussurrasse a sua história.
E é nisso que estamos, entre o jogo e a vida. Jogamos a sorte, à beira do relvado, pelos lugares mais frios das bancadas, num canal de televisão, em todos os jornais ou sites ou o que seja onde possamos encontrar a beleza que nos foge entre os dedos. Porque antigamente era melhor, mais genuíno. Mas agora é tão mais complexo, doloroso se não se seguem pelas redes que o cérebro sugere antes do acontecimento.
Por isso mesmo nos ajoelhamos e rezamos quando encontramos o santo graal dos artigos sobre o Euro. Tem um nome, Eduardo José Ustaritz, e um lugar, Ecos del Balón. Como um Maradona a ultrapassar ingleses no México, já não nos sairá do coração.