Esta poderá ser a partida dos oitavos-de-final que demonstra, de forma mais radical, as enormes diferenças entre o apuramento para o Euro, a sua fase de grupos e as partidas a eliminar para decidir o campeão. A Bélgica apareceu em Toulouse no seu melhor, perante uma Hungria que parece ter sentido ter atingido o topo possível perante as suas limitações. Com Kleinheisler a lesionar-se no aquecimento, apagou-se uma luz na sala de máquinas húngara, que fez pela vida, mas saiu vergada às evidências.
Entre as evidências, a realidade de que o diabo veste a camisola 10 dos belgas. Eden Hazard. Com os belgas a vencerem por 1-0 durante boa parte do tempo de jogo, foi nos quinze minutos finais que Hazard tirou o chapéu ao jogo e lançou Batshuayi para o segundo tento. Depois, aos 80 minutos, pegou na bola a partir da esquerda, dançou em linha reta por diante dos defesas húngaros e atirou sem hipóteses para Kiraly. Da mesma forma que esse golo merece ser visto e revisto, os seus números não mentem.
O adeus húngaro foi tímido e doloroso. Depois de fazer sonhar os seus adeptos, acabaram por não ter capacidade ofensiva neste encontro. Por outro lado, a subida de forma da Bélgica leva-os a acreditar, agora, poder beneficiar deste lado “bom” do quadro de acesso até às meias-finais. Mas, frente a um País de Gales onde também há inspiração de craque, tudo poderá acontecer.