As sagas de islandeses são um conjunto de histórias escritas durante a Idade Média que retratam a vida e os feitos de membros das famílias mais importantes da ilha durante o período que vai do seu descobrimento, no ano 874, até cerca do ano 1000. No entanto, nos nossos dias, uma nova saga vai ganhando peso e merece ser escrita para que entre diretamente no cânone. Feita por um conjunto de personagens que elevam os seus nomes ao nível dos islandeses mais conhecidos de sempre, decorre em França e teve, para já, o seu momento alto na vitória conseguida frente a Inglaterra.
Desde o primeiro minuto neste Euro 2016 que a Islândia disse ao que vinha. Fiel ao seu processo de jogo, com Lars Lagerback, o técnico sueco, a trazer organização e pensamento à estrutura física impressionante dos islandeses – beneficiados por terem 10 dos 23 elementos do seu plantel a meio da temporada, enquanto jogadores das Ligas sueca e norueguesa. Depois de uma fase de grupos marcada pelo empate frente a Portugal e a vitória frente à Áustria, os islandeses justificaram o esforço de querer jogar contra a Inglaterra.
Cederam cedo uma grande penalidade e entrarem a perder no encontro, mas com golos marcados por Sigudssson, aos 6 minutos, e Sigthorsson, aos 18 minutos, a equipa islandesa passou para a frente. Não mais se veria sem a vantagem na partida. Um jogo feito de imensa correção tática, com uma defesa segura e capaz de retirar espaços ao seu adversário, para depois se apresentar muito forte em todos os duelos disputados, pelo ar ou pelo chão. Que coração! Para além disso, nunca deixou de ir à procura de golo, criando perigo suficiente junto da baliza inglesa para se fazer temer.
Uma vitória histórica, por muitos indicada como a pior de sempre de uma seleção inglesa e, por estes dias, seguramente a mais importante de sempre do futebol islandês. Pelo menos até ao próximo domingo, quando defrontam a França e terão o desafio de apresentar toda esta correção perante a equipa da casa. Eles acreditam que é possível.