Jogar a não jogar o jogo

Ainda que o facto do Chile ter tido mais bola durante o primeiro jogo das meias-finais da Taça das Confederações possa dar a ideia de uma equipa chilena mais afoita na procura do golo, o encontro frente a Portugal foi uma história de equilíbrio entre duas equipas que decidiram não jogar o jogo.

Portugal escondendo-se nas bolas longas, desde a reposição, tentando explorar uma vantagem de altura que valia muito pouco tendo em conta a desvantagem posicional e de agressividade nas buscas da segunda bola. O Chile, por sua vez, tentava jogar com a bola no pé, até porque o seu adversário lhe permitia isso mesmo, mas raras vezes chegava com perigo à área contrária.

Foi também um jogo de anulação das principais fontes de perigo de cada equipa. Portugal, desta feita montado num 4-3-3, colocou demasiado tempo Cristiano Ronaldo muito longe das zonas de finalização. Estranho, quando o CR7 se transformou, ao longo dos anos, num finalizador, vê-lo com a responsabilidade de criar para André Silva, que raramente conseguiu desfazer-se das marcações.

No outro lado do campo, Alexis Sánchez também teve pouquíssima bola, fechado entre o triângulo defensivo português. William Carvalho esteve muitíssimo bem na recuperação da bola, Adrien também forte, enquanto houve pulmão, no apoio, mas de uma forma geral era a pouca procura do golo de parte a parte.

As substituições operadas por Fernando Santos não conseguiram oferecer outro tipo de respostas, podendo mesmo dizer-se que o técnico português viveu sempre na dúvida entre fazer aquilo que o jogo lhe pedia e preservar a aposta feita nos seus jogadores. Perdeu, desta forma, os jogadores e acabou por perder a equipa. André Gomes acaba por ser o ponto de união dos equívocos do treinador português, frágil na forma como se aproximava da área, perdido quando se lhe perdia criação, sem remate para finalizar as oportunidades que lhe surgiram nos pés.

O desempate por penaltis acaba por revelar o Chile que tem feito história nos últimos anos. Decidido na forma de marcar, com Cláudio a ser bravíssimo na forma como defendeu. E por isso mesmo é merecida a presença dos sul-americanos na final.

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