O Recreativo de Libolo bateu todas as antevisões da pré-eliminatória da Liga dos Campeões Africanos ao bater o Orlando Pirates, da África do Sul. Talvez o facto da equipa angolana ter ganho apenas um Girabola, não tendo também qualquer tradição nas Afrotaças, levasse os analistas (e as casas de apostas) a dar todo o favoritismo aos sul-africanos.
Terá ainda ajudado o fato da equipa de Joanesburgo ter vindo a acumular, no seu plantel, algumas estrelas, a mais brilhante das quais tem por nome Benni McCarthy. Mas quem pode sair desta eliminatória com honras de craque é Maieco António, mais conhecido por Rasca.
Aos 29 anos, o avançado angolano viveu sempre à sombra do seu irmão, Akwá, provavelmente o jogador mais importante do futebol angolano. Com uma passagem pálida por Portugal, quando era ainda muito jovem, Rasca voltou a Angola para ser campeão pelo ASA, tendo depois passado pelo Progresso, pelo Santos e pelo FC Cabinda, antes de se tornar na referência atacante do Libolo.
Na primeira mão, em Joanesburgo, Rasca marcou dois dos três golos dos libolenses. Na segunda mão, no Calulo, voltou a marcar o golo do Recreativo, lançando a equipa para a próxima eliminatória da Liga dos Campeões Africanos. Não se evidenciando pela sua compleição física, o sentido de oportunidade de Rasca deu início aquela que poderá ser uma das belas histórias do futebol africano em 2012.
Camarões em baixa
A surpresa na pré-eliminatória das Afrotaças envolveu duas equipas dos Camarões, com o Les Astres, na Liga dos Campeões, e o Union Douala, na Taça CAF, a ficarem pelo caminho. Enquanto o vice-campeão camaronês caiu aos pés do campeão da Rep. Centro-Africana, o Diplomates FC, o Union Douala foi eliminado pelo Kallon FC, da Serra Leoa, equipa que deve o nome e o apuramento a Mohammed Kallon, antigo jogador do Inter de Milão e do AS Mónaco, entre várias outras equipas europeias, que não só fundou o clube como marcou o primeiro dos dois golos da vitória conseguida na segunda mão da eliminatória.
Publicado originalmente no zerozero.pt