Semana 16 – Jogar contra equipas mais evoluídas pode ser muito benéfico para que cada jogadora entenda o ponto da sua evolução e para que perceba o nível de esforço que tem que fazer para poder ser uma das melhores. No entanto, também pode ser uma experiência traumática.
Esta semana custou-nos a “respirar” nos primeiros dez minutos de jogo. A agressividade colocada em campo pela equipa adversária, a vantagem técnica e a velocidade de execução, seja ao nível da utilização do espaço, seja no entendimento das dinâmicas colectivas, causou às jogadoras uma sensação semelhante ao perder do pé. Para algumas das cinco jogadoras que estiveram em campo nestes dez minutos (impossibilitados de fazer substituições devido aos regulamentos), foi doloroso.
Ao sentarem-se no banco, duas delas mal conseguiram respirar. Outra dava claros sinais de estar esgotada mentalmente. Uma outra, ainda, ressentia-se de uma lesão sofrida durante a semana. Todas elas precisavam de algo muito importante: atenção. As dez jogadoras que entraram em campo para o segundo período, estavam já preparadas para o “embate”, pelo que tinham observado e pelas chamadas de atenção que lhes foram sendo feitas.
Restava, então, a opção óbvia. Passar mais de um minuto de costas para o canto, querendo saber das cinco jogadoras do banco, das suas sensações, das suas maleitas, motivando-as a recuperar, dando-lhes alento para o sacrifício que ainda teriam que fazer durante o terceiro e quarto período. Poderá parecer estranho, para quem vê da bancada, para quem não entende a dinâmica de uma equipa em formação, ver o treinador assim, como que alheado do jogo. Mas esse minuto de costas para o campo, valeu cinco sorrisos em faces cansadas, apesar da experiência sofrida, apesar do resultado do marcador.
Ao contrário do que se dizia no antigo programa de televisão, podem experimentar isto nas vossas casas.