Semana 39 – Depois de terminado o último encontro da época, depois de ter conversado com as miúdas, sentei-me à entrada do pavilhão, ao lado da treinadora que, ao longo do ano, me ajudou neste trabalho e perguntei-lhe como se sentia. Sempre muito exigente consigo mesmo, disse-me “50/50”. Eu sorri. Obviamente, não estava a pensar no jogo. Porque o fim da época marca o fim de um ciclo de trabalho de nove meses onde, semanalmente, nos dedicámos para que estas miúdas pudessem crescer ao seu ritmo, encontrando razões para ver o basquetebol como algo que faz parte integrante da sua alegria de viver. Disse-lhe que, naquele momento, o que era importante era pensarmos se tínhamos feito tudo para as ajudar a ser melhor e se as deixávamos com portas abertas para continuarem a evoluir. E em relação a isso, senti-me totalmente tranquilo.
Foi um bom jogo jogo de final de época, frente a uma equipa forte, com quem tínhamos jogado já várias vezes ao longo do ano. Desde o primeiro confronto com esta equipa que fomos sempre conseguindo minimizar as dificuldades, tendo mesmo ganho um dos jogos disputados. Ontem, o resultado final não nos foi favorável, mas a nossa capacidade de dar luta e jogar como iguais perante um conjunto mais experiente, muito superior fisicamente e com maior equilíbrio em temos de plantel, deu-nos todas as razões para ficarmos muito satisfeitos.
Também foi um bom jogo porque nas conversas que tivemos no início, ao intervalo e no fim do jogo, tocámos vários pontos fundamentais daquilo que vai ficar com estas jogadoras. A necessidade de jogarmos o jogo da forma mais simples, seguindo as poucas regras coletivas que lhes são impostas para que cada uma, individualmente, possa fazer o seu melhor. A importância da cooperação e da solidariedade entre todas. A dedicação e foco que devemos colocar nas coisas que queremos, com vista a atingir os nossos objetivos. Também houve tempo para rirmos, para contarmos histórias, para lembrarmos o início da época, para homenagearmos aquelas que vão seguir a sua vida noutras equipas, noutros escalões. Houve lágrimas, também, mas lágrimas que nos deixam adivinhar as coisas boas que aí vêm.
O trabalho vai continuar, pelo menos até ao fim de junho, já com a ideia no futuro que aí vem. Vai também haver tempo para cada um de nós fazer o balanço que tem a fazer. Os agradecimentos a todos aqueles que nos apoiaram durante a época também estão feitos. A época ainda agora acabou e já estamos a viver a próxima.
O basquetebol nunca para.