Muitas vezes ouvimos os treinadores e os adeptos falar da lotaria das grandes penalidades, como se não existisse mérito de quem acerta ou falha, de quem defende ou deixa entrar. A verdade é que no futebol nem sempre se decidiu desta maneira. Por exemplo, em 1968, a Itália chegou à final depois de ganhar na moeda ao ar!
Foi um dia de mau tempo em Nápoles, com os italianos a encararem o jogo com muita ansiedade, até porque os soviéticos tinham fama e proveito nesta competição. As oportunidades foram sendo divididas, com Dino Zoff a evidenciar-se na baliza transalpina, que viu a sua equipa afetada por lesões já durante o prolongamento.
Terminado tudo a zeros ao fim de 120 minutos, os dois capitães, com a equipa de arbitragem e os delegados das respetivas seleções, dirigiram-se para os balneários onde o italiano Facchetti pediu “coroas” quando a moeda foi ao ar. A sorte esteve do seu lado – penso que na moeda ao ar se pode falar de lotaria… – e este lançou-se a correr de regresso ao relvado, com 70.000 pessoas ansiosamente à espera para conhecer o resultado.
Quem se arrisca a lamentar as grandes penalidades, agora?