Nos tempos em que não havia repetições em câmera lenta, a dança e o futebol viviam mais afastados. Fixavam-se algumas objetivas nos voos dos jogadores, mas até o clique era demasiado demorado para captar a essência do movimento. Mas, nos nossos dias, temos a sorte de poder ver e rever umas quantas vezes aquilo que faz estremecer o nosso coração.
Cheguemos, então, ao País de Gales. Os dois golos da vitória galesa na sua estreia em Europeus apresentam-nos bons exemplos dessa dança. No primeiro, foi Kozacik, que não viu a bola partir, a tentar adivinhar o lugar onde esta queria chegar. Acontece muito nas grandes penalidades. Nos livres, parece pior. A bola saiu direitinha dos pés de Bale e acabou.
A dança foi mais elaborada no segundo golo. Com tudo empatado, os eslovacos deram alguns metros a Aaron Ramsey que, talvez confundido pela corrente de ar de tanto espaço aberto, quase se estatelou no relvado do Stade de Bordeaux, não sem antes servir Robson-Kanu, para que este marcasse.
Houve baile, no primeiro jogo do Grupo B. Mesmo que continue a ser quase impossível dizer vitória* em galês.
*segundo o dicionário do Google, será “buddugoliaeth”