Já passava da hora quando Daniel Sturridge, vindo de trás e apanhando desprevenidos os defesas do País de Gales, rematou forte para o segundo golo inglês. Por essa hora, já se revisitavam os livros de história, prevendo uma espécie de Batalha de Bryn Glas, onde uma vitória dos galeses (aqui, empatar era ganhar) prolongaria os problemas dos ingleses. Afinal, Roy Hodgson tinha um tesouro no banco e foi só com ele que pôde terminar o jogo a sorrir.
A história tinha começado com mais um episódio potencialmente dramático para a equipa inglesa, com Joe Hart a responder tarde e mal a um livre superiormente marcado por Gareth Bale. O País de Gales enchia o peito com uma vantagem que parecia sublinhar o acerto da sua estratégia defensiva, ainda que sem conseguir chegar com muito perigo em lances de bola corrida.
Ao intervalo, Roy Hodgson foi ao banco buscar o que se revelaria ser um autêntico tesouro. Jamei Vardy e Daniel Sturridge iam para jogo, por troca com Harry Kane e Raheem Sterling, impondo maior presença na área e assistindo a um recuo dos galeses logo desde o primeiro minuto da segunda parte. Vardy marcou depois de um lance de insistência na área, com a bola a vir da cabeça de um galês para o avançado do Leicester, sozinho na pequena área.
A história seguiu-se conforme o contado, com Roy Hodgson a mexer em todos os seus planos para atingir a vitória nos últimos minutos, enquanto jogadores e adeptos galeses choravam de desilusão, ainda que as esperanças se mantenham intactas no que toca ao apuramento. Os grandes dias do futebol são feitos de jogos assim.