O País de Gales andou por França a fazer figura mas, uma vez chegado ao Parque dos Príncipes, deu de caras com aquela sua velha vizinha para quem será sempre uma criança. Foi essa a sensação que este jogo deu na maior parte do tempo, com os galeses perante o incómodo papel de terem que atacar, para se verem várias vezes a perder a bola sem grande capacidade para fazer a ligação entre a sua defesa e os jogadores mais adiantados do meio-campo na fase inicial da construção.
Foi assim que a Irlanda do Norte quem dominou o ritmo dos jogos, fazendo aquilo que mais a beneficiava, deixar jogar, procurando encontrar no erro defensivo do seu adversário um caminho para o golo. No entanto, esse caminho nunca ficou a descoberto, com o acerto galês sem bola a ser sempre superior à sua capacidade de criar perigo. Na segunda parte, os galeses foram mais expeditos na maneira de levar a bola aos jogadores mais criativos, Bale e Ramsey, acabando por conquistar um espaço nas faixas que lhes dava maior capacidade de envolvimento. Num desses lances, provocou o autogolo de McAuley, que sai do Euro como o azarado do plantel da Irlanda do Norte.
Fim da linha para a equipa de Will Grigg, que nem chegou a jogar neste minuto, ainda que os seus adeptos fiquem como uma das grandes personagens coletivas do que se vai passando nos estádios franceses. O País de Gales precisa de não ser o favorito em campo para conseguir resgatar as suas qualidades, mas também se pressente alguma fadiga física em jogadores fundamentais, algo que terá de ultrapassar para ser competitiva nos quartos-de-final.