Aquela final porque esperávamos há mais de trinta anos chegou, finalmente. Aquela final que queríamos ter vivido em 1984 e que nos ficou encravada na garganta, em poucos minutos, no prolongamento. Aquela outra final que em 2000 era quase nossa. Uma vez mais, à beira de hipotecarmos o coração numa série de grandes penalidades. Aquela final que já foi nossa. Desta vez não a vamos desperdiçar.
A França é uma das equipas que mexe com a nossa existência. Não só pelos confrontos no futebol, tal como nem só pela história algo conturbada entre os dois países. Eventualmente também pelo domínio cultural que o francês exerceu em Portugal, durante anos e anos, para depois ser colocado de parte, quase como um sinal de uma antiguidade que não podia ser tocada.
Hoje todos os franceses acordaram com a sensação de que o título já é deles e todos os portugueses acordaram com a sensação de que estão perante a cena perfeita. Desta vez, o melhor do mundo é nosso. A responsabilidade é deles. É uma questão de tempo, era uma questão de tempo. A final está a chegar e nós sabemos exatamente como nos comportar para fazer, realmente, aquilo que sempre interessou. Gravar o nome de Portugal na lista dos vencedores.