A contagem dos dias até chegarmos à estreia da temporada 2018 da MLS vai chegando ao fim, enquanto preparamos o Guia da competição. A entrada na Conferência Este faz-se com o foco em duas das equipas mais fortes deste campeonato, sendo que, no máximo, poderão disputar entre elas a final da Conferência, porque não poderemos vir a ter uma final com duas equipas do Este. Será que haverá surpresa ou desilusão em mais um ano de transmissões MLS no Eurosport?
Atlanta United
Ano dois da história do Atlanta United e a equipa continua a fazer apostas com tudo para dar certo na MLS. Gerardo Martino reforça as suas opções, já que apesar de ter perdido Yamil Asad, vê chegar o jovem Ezequiel Barco, craque argentino que promove um upgrade de qualidade na faixa esquerda do ataque. Mas não fica por aqui. A contratação de Darlington Nagbe torna o meio-campo do United numa fábrica de talento e criatividade, enquanto a faixa direita da defesa será disputada pelo argentino Franco Escobar e o experiente Sal Zizzo.
Barco, lesionado, falhará o início da temporada, mas os craques da equipa são caras já conhecidas. Miguel Almirón é, este ano, fortíssimo candidato a ser MVP do campeonato, enquanto Hector Villalba e Josef Martínez esperam poder demonstrar maior rendimento, sobretudo no caso do venezuelano, que falhou vários jogos devido a lesão no ano passado.
Na linha defensiva, enquanto Leandro González Pirez é, claramente, um jogador de nível para um campeonato de topo europeu, Michael Parkhurst, Greg Garza e o guarda-redes Brad Guzan são fortíssimas opções no que toca à experiência apresentada. Num ano em que a equipa terá também um conjunto B na USL, curiosidade para entender até onde pode chegar Julain Gressel, revelação da equipa no ano passado.
Chicago Fire
Veljko Paunovic mantém um estaleiro em Chicago, já que depois de, na temporada passada, ter feito uma fase regular com nível interessante, acabou por frustrar as expetativas da equipa. Em lugar de apontar a uma melhoria cirúrgica do plantel, apostou-se numa mudança radical que mantém base do onze na conjugação de Dax McCarty e Bastian Schweinsteiger no meio-campo, e na capacidade de finalização de Nemanja Nikolics, mas muda muito daquilo que haverá em volta.
A opção por Jon Bakero no Draft permite a chegada de um médio-ofensivo com bom nível e a prometer, até, entrar no onze da equipa. No que toca a contratações, o extremo Aleksandar Katai procurará substituir a influência de David Accam (difícil!), enquanto na defesa Christian Dean poderá ser o substituto de João Meira, outra saída complicada de gerir. Rafael Ramos, que chega dos Orlando City, procurará ser mais do que uma opção a Matt Polster, na faixa lateral direita.
Olhando para o plantel atual dos Chicago Fire, sente-se que a equipa precisa ainda de se reforçar. A chegada, ontem, de Tony Tchani, aumenta opções no meio-campo defensivo, mas falta ainda um guarda-redes, um defesa-central e um extremo-esquerdo (ou um avançado, conforme se olhe para o que Luis Solignac pode dar). Por isso mesmo, em lugar de pensar em evolução, pode este ser um ano de quebra na equipa dos Fire.
Columbus Crew
O Columbus Crew foi sensação no playoff do ano passado, ultrapassando os Atlanta United e criando muitas dificuldades aos Toronto FC. Greg Berhalter, no entanto, nunca sentiu o sucesso como uma pressão, pelo contrário, olha-o mais como uma oportunidade para continuar a evoluir. Tendo perdido Ola Kamara e Justin Meram, é fundamental perceber que o conjunto do Ohio vai ter que recriar toda a sua dinâmica ofensiva. Sem dúvida que Fede Higuaín continuará a ser um elemento central do ataque da equipa, enquanto Pedro Santos terá novas e superiores responsabilidades na transição ofensiva dos Crew.
A dupla composta por Artur e Will Trapp no meio-campo será fundamental para ajudar a manter o equilíbrio, sendo que o brasileiro pode mesmo ter, nesta temporada, espaço para afirmar a sua maturidade e ganhar maior impacto no conjunto. Enquanto na baliza Zack Steffen tem teste à manutenção da regularidade exibicional (foi figura nos melhores momentos dos Crew no ano passado), Jonathan Mensah manterá a liderança do setor central da defesa, para o bem e para o mal.
As contratações focaram-se em ocupar os lugares que ficaram fragilizados. Gyasi Zardes é o homem escolhido para a frente de ataque, encontrando uma definição de posição que nunca teve nos LA Galaxy. Mike Grella e Ricardo Clark aumentam experiência e opções na intermediária, mas até se poderá ver o regressado Cristian Martínez a ocupar a titularidade numa das faixas. Para a defesa chegou o lateral-esquerdo Milton Valenzuela, um argentino de 19 anos que promete dar luta no que toca à revelação da temporada.
Orlando City
No ano depois de Kaká e Cyle Larin, Jason Kreis tem a oportunidade de construir, em Orlando, uma equipa à sua imagem, muito menos dependente de uma figura central em termos de atenção mediática e com o desafio de montar uma dinâmica coletiva que eleve a equipa da Florida à sua primeira presença no playoff. Para o conseguir, as chegadas do peruano Yotún ou do ponta-de-lança Dom Dwyer, durante a época passada, poderão ter sido os primeiros passos. Para além destes dois jogadores, o mais provável é que apenas Joe Bendik, Spector e Scott Sutter mantenham lugar no onze titular.
Começando pelo momento defensivo, a chegada dos centrais Lamine Sané e Amro Tarek abre a discussão pela posição ao lado do experiente Jonathan Spector, enquanto o líbio El-Munir deverá ser a escolha para a faixa lateral esquerda, ainda que a garra de RJ Allen também possa ser premiada. Neste setor percebe-se bem o reconhecimento que se vai fazendo do futebol africano no campeonato norte-americano.
No meio-campo, aposta em experiência MLS, com o regresso de Oriol Rosell e a aquisição de Sacha Kljestan, enquanto o jovem paraguaio Josué Colmán é forte aposta para uma das faixas. Dillon Powers e Justin Meram estarão na discussão de um lugar no onze, com o jogador de ascendência iraquiana a encontrar um grupo com potencial para chegar ainda mais longe do que os Crew. Na frente de ataque, a contratação de Stéfano Pinho, uma das figuras da NASL no ano passado, garante opções de peso. É, sem dúvida alguma, uma equipa de Orlando que promete.
Toronto FC
Pode a melhor equipa da MLS ficar um pouco melhor? Creio que sim. O campeão em título conseguiu manter todas as suas peças mais fundamentais e ainda acrescentou valor ao plantel. Olhando pelos jogadores que decidem, Sebastian Giovinco deverá ter, cada vez mais, uma parceria com Víctor Vázquez na forma como lidera a equipa. O papel do espanhol não terá sido suficientemente escalpelizado na conquista do título em 2017, mas é, sem dúvida, jogador com potencial para estar entre os melhores da Liga.
Sem sinais de que nem Jozy Altidore, nem Michael Bradley, possam render menos do que no ano anterior, Marky Delgado e Jonathan Osorio são peças em evolução, cada vez com mais contribuição para o conjunto. A experiência de Drew Moor, Chris Mavinga, Justin Morrow e Nicolas Hasler também deve ser tida em conta, enquanto a afirmação de Alex Bono como guarda-redes titular mostrou bem que a baliza está segura.
Quanto a contratações, duas delas focaram-se em criar competitividade na posição de lateral-direito, com a chegada do internacional holandês Greg Van der Wiel e do jovem brasileiro Auro a poderem significar melhorias para a equipa. No meio-campo, a chegada de Ager Aketxe é, claramente, um upgrade em relação ao veterano Cheyrou, sendo mais um jogador com o potencial para estar entre as revelações da temporada.
Guia MLS 2018:
Conferência Oeste (I)
Conferência Oeste (II)
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