Internacional: à procura de ir além do indivíduo

O Internacional de Porto Alegre regressou esta temporada à Série A do Brasileirão e luta para se conseguir integrar dentro das novas exigências que encontra. Odair Hellmann terá perfeita noção do quanto mais precisa de melhorar o futebol que a sua equipa apresenta.

Em 2017, o Internacional fechou a Série B com o segundo lugar, garantindo o regresso à divisão maior do futebol brasileiro. Como afirmou Mathaus Pauxis no Twitter, ao contrário dos seus companheiros de subida, que correm grandes riscos de voltar a cair já este ano, “o Inter parece seguir o caminho de outros ‘grandes’ que foram rebaixados”.

Ainda assim, aquilo que parece ser um ponto positivo, pode rapidamente transformar-se em algo de negativo perante a ambição dos adeptos e de quem toma decisões dentro do próprio clube. Eliminados no Gauchão nos quartos-de-final e já fora da Copa do Brasil, o Internacional até abriu o Brasileirão a vencer, frente ao Bahía, mas a derrota com o Palmeiras e o empate frente ao Cruzeiro – que se apresentou com vários reservas no jogo deste domingo – levantam questões sobre até onde poderá chegar o Internacional.

A ambição em formato individual

Depois de ter vencido no jogo frente ao Bahía, existiam grandes esperanças de um regresso às vitórias frente a um Cruzeiro que, nesta fase da temporada, está mais focado na Taça dos Libertadores. Mas o Internacional é, ainda, uma equipa à procura da sua imagem completa.

Olhando para a equipa no papel, uma equipa com D’Alessandro e Leandro Damião poderia ter já encontrado o seu caminho para atingir o sucesso. Mas se o jogador argentino é quase passagem obrigatória no desenho do momento ofensivo da equipa de Porto Alegre, o avançado centro não foi além de 23 toques na bola durante os 65 minutos que esteve em campo na partida frente ao Cruzeiro. Odair Hellmann elogiou Lucca e faz sentido, porque na estreia, o ex-Corinthians tocou mais vezes a bola (29) do que o titular em apenas 25 minutos.

O que parece faltar na equipa do Internacional é uma ideia mais coletiva de jogo. Quer William Pottker, quer Patrick têm menos participação no jogo ofensivo da equipa do que faria sentido, com 53 toques para o primeiro e 66 toques para o segundo. Patrick acabou mesmo por conseguir ter sucesso em todas as 9 tentativas de drible realizadas, revelando aí maior participação do que Pottker, com 2 tentativas falhadas, sendo este um extremo que acaba por ter maior presença no momento defensivo.

Odair Hellmann deu nota positiva ao processo que o Internacional apresentou, vendo melhorias no futebol que apresenta. Mas o grande problema da equipa de Porto Alegre parece residir na incapacidade da sua equipa passar da dimensão individual para uma dimensão coletiva. Crescer, nesse capítulo, é essencial para que o Internacional cumpra com o seu destino. Enquanto não o fizer, a ambição não poderá ir para lá do que cada jogador conseguir fazer a cada jogo. E isso é muito pouco.

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