Eurosport 2 dedica 75 horas de emissão à Taça das Nações Africanas 2019. Luís Norton de Matos, Óscar Botelho e Luís Cristóvão são os especialistas do Eurosport para esta edição, com Nuno Santos e Alexandre Afonso nos comentários dos encontros.
De 21 de junho a 19 de julho, os fãs de futebol vão poder acompanhar a Taça das Nações Africanas de futebol, em direto e em exclusivo, no Eurosport 2. Uma competição continental imperdível que promete espetáculo e muitos golos!
O Eurosport junta-se à grande festa do “futebol africano” da CAN (Coupe d’Afrique des Nations) e emite um total de 52 jogos incluindo a grande final marcada para a cidade do Cairo, no Egito. O Eurosport garante a cobertura exclusiva do evento com 69 horas de emissão em direto e um total de 75 horas. Todos os duelos serão emitidos em direto à exceção da última jornada da fase de grupos em que são jogados simultaneamente, sendo um deles emitido posteriormente em diferido. Os comentários ficam a cargo de Nuno Santos e Alexandre Afonso. A análise aos encontros fica a cargo de Luís Norton de Matos, Óscar Botelho e Luís Cristóvão.
Pela primeira vez, este torneio continental africano joga-se no verão e expande o número de seleções de 16 para 24, o que promete lutas ainda mais renhidas pelo troféu. O torneio tem pela primeira vez oitavos-de-final e o número de jogos ascende de 32 para 52. Os Camarões defendem o título conquistado na última edição em 2017. Os “Leões Indomáveis” bateram o Egito, por 2-1, na final realizada em Libreville, no Gabão. A representação da lusofonia fica a cargo das seleções de Angola e da Guiné-Bissau.
O Egito é o país com maior número de títulos da CAN, com um total de sete (1957, 1959, 1986, 1998, 2006, 2008 e 2010). Seguem-se os Camarões com cinco (1984, 1988, 2000, 2002 e 2017) e o Gana com quatro (1963, 1965, 1978 e 1982).
Lista completa dos grupos:
Grupo A – Egito, RD Congo, Uganda e Zimbabué
Grupo B – Nigéria, Guiné, Madagáscar e Burundi
Grupo C – Senegal, Argélia, Quénia e Tanzânia
Grupo D – Marrocos, Costa do Marfim, África do Sul e Namíbia
Grupo E – Tunísia, Mali, Mauritânia e Angola
Grupo F – Camarões, Gana, Benim e Guiné-Bissau
Luís Norton de Matos – Treinador de futebol
Quais são as seleções a seguir com atenção nesta CAN e qual delas é a grande favorita a erguer a taça?
“Acredito que que Egito, Senegal, Marrocos e Camarões são as quatro seleções a ter debaixo de olho nesta edição da CAN. O Egito é claramente favorito por jogar em casa e ter sido finalista na última edição. Vai ter os estádios cheios de adeptos fervorosos, que tornam o ambiente favorável. É quase como ter um 12.º jogador em campo. Por essa razão, o Egito é a minha seleção favorita a erguer a taça. Depois, temos Senegal e Marrocos que podem chegar muito longe na competição devido à qualidade dos seus jogadores. Os Camarões venceram a última CAN, mas no papel não são tão fortes como as seleções que mencionei antes.”
“Gostaria de destacar ainda a seleção da Guiné-Bissau que, para mim, pode ser a grande surpresa desta competição. Chega com mais experiência depois da estreia há dois anos. Na altura foi punida precisamente por essa falta de experiência. Neste momento, a equipa chega mais solta e confiante e a prova disso é a forma como carimbou o passaporte para a CAN2019, com relativa facilidade. A qualidade dos jogadores que começaram há uns anos não deixa margem para dúvidas. Na altura, tinham jogadores que representavam clubes da terceira e segunda divisão e, hoje em dia, já há muitos mais em clubes da primeira divisão de vários campeonatos de peso.”
Quais as estrelas a ter debaixo de olho nesta CAN e as grandes surpresas?
“Não há dúvidas! O Mohamed Salah e o Sadio Mané serão as grandes figuras desta CAN, mas, como em todas as competições, haverá jogadores que podem constituir uma surpresa ou revelação. Pode haver um mundial com o Cristiano Ronaldo e o Leonel Messi, mas depois aparecem outros jogadores que ofuscam as figuras principais. Creio que será o caso Hakim Ziyech (Marrocos/Ajax), que para mim já é uma confirmação. Depois temos os casos de Noussair Mazraoui (Marrocos/Ajax), Achraf Hakimi (Marrocos/Borussia Dortmund) e de Ismaila Sarr (Senegal/Stade Rennais FC), que podem vir a ser grandes revelações nesta CAN.”
Quais as hipóteses de Angola e Guiné-Bissau? Até onde podem chegar?
“Angola vai ter no caminho as seleções da Tunísia, Mali e Mauritânia. No papel, a Tunísia e o Mali são favoritas a seguir em frente no grupo, mas Angola tem uma carta importante a jogar. Poderá passar como um dos melhores terceiros lugares. Será esse o primeiro grande objetivo. O desafio de Angola é ter uma vitória e terá de a conseguir contra a Mauritânia, a mais acessível no papel, porque haverá várias equipas com 3 pontos. Dos “Palancas Negras” destaco um jogador que orientei no Benfica B, o Bruno Gaspar (Sporting Clube de Portugal). No entanto, o Wilson Eduardo (Sp. Braga) é a figura da equipa.”
“Angola é orientada por Srdjan Vasiljevic, um técnico da escola sérvia, que assenta as suas ideias num futebol organizado, de disciplina e rigor. As equipas geralmente apresentam um futebol apoiado, onde a comunicação é muito importante.”
“A Guiné-Bissau tem um grupo mais complicado onde os favoritos a passar são Camarões e Gana. A luta pelo terceiro lugar será com o Benim. Mas, com aquilo que demonstrou na última CAN e, sendo a equipa praticamente a mesma de há dois anos, penso que a Guiné-Bissau tem tudo para passar aos oitavos-de-final.”
“A Guiné-Bissau apresenta um plantel mais forte, tem o Romário Baldé e o Frédéric Mendy assim como outros jogadores experientes do campeonato português e que dão mais consistência à seleção, comparando com a que jogou a CAN há dois anos. Acredito que pode haver uma surpresa muito positiva. Quer dizer, uma surpresa para quem não conhece a seleção da Guiné-Bissau. Esteve quase a fazer a surpresa há dois anos.”
“É orientada pelo Baciro Candé que já treinou o Sporting da Guiné e foi campeão vários anos. Um treinador local faz todo sentido. O adjunto dele, o Romão, foi meu adjunto no tempo em que orientei a seleção da Guiné-Bissau.”
Luís Cristóvão – Especialista de futebol
Como encara a ampliação desta CAN a mais seleções?
“De forma natural, tendo em conta o que vai acontecendo na Europa e na Ásia. O desenvolvimento do futebol num maior número de países cria esta pressão para que mais equipas possam disputar as fases finais, potenciando o valor económico da competição e permitindo uma distribuição desse valor dentro do espaço da Confederação Africana. No imediato, isso leva a que tenhamos três países estreantes (Burundi, Madagáscar e Mauritânia) e mais jogadores que evoluem em ligas africanas a poder jogar a CAN.”
A mudança da realização da CAN de janeiro para junho tem um impacto diferente nos planteis dos “grandes” em Portugal. Esta mudança de calendário é positiva ou negativa?
“Para os clubes europeus, retira o ónus de contratar jogadores africanos que, até aqui, se arriscavam a ficar mais de um mês fora de competição com os mesmos. Mas olho isso como uma consequência secundária. O mais importante é o esforço da CAF para conciliar calendários, permitindo aos jogadores chegarem a esta competição com total foco na prova, o que acabará por gerar uma maior qualidade na proposta de jogo. Para além do mais, as novas datas vão impedir que existam muitos casos de recusa em participar, como aconteceu num passado recente.”
Quem são as grandes estrelas a ter debaixo de olho nesta CAN?
“Eu diria que há um conjunto de estrelas óbvias, como são os casos de Salah, Sadio Mané, Mahrez ou Ziyech, que lutam pelo cetro de melhor jogador africano. O marfinense Pépé fez uma grande época com o Lille e será um caso a seguir, bem como o do maliano Djenepo, que passou do Standard de Liége para Southampton já neste mercado. Tenho muita curiosidade para ver como Delort, que se naturalizou argelino, poderá jogar nesta prova, bem como dois jovens das equipas lusófonas, Gelson Dala e Mama Baldé, serão muito importantes para a hipótese de Angola e Guiné-Bissau conseguirem apuramento para os oitavos-de-final.”
Fiquei na dúvida por qual o motivo da incredibilidade dos comentadores no jogo NIG.-CAM. aos 89m, o árbitro ter interrompido o jogo e pegado na bola. Então pelas novas regras quando a bola bate no árbitro, este não tem de interromper o jogo
e fazer a reposição do jogo com bola ao solo?
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