Começa este fim-de-semana a 25ª edição da Major League Soccer, o campeonato que junta equipas dos Estados Unidos da América e do Canadá. O crescimento desta prova tem sido enorme, quer pela qualidade de jogo apresentada, quer pela transformação que tem levado os seus clubes a fazerem interessantes investimentos em jovens jogadores de enorme potencial.
Se há alguns anos atrás a MLS começava a dar sinais de poder ser uma grande liga de desenvolvimento no quadro mundial, neste momento, começa a competir claramente com o Brasil e com Ligas de segunda linha no plano europeu pelos melhores talentos sul-americanos (sendo que a aposta em jogadores europeus ainda em idade ideal também tem crescido). Também por isso, passa a fazer sentido deitar um olhar sobre as histórias que podem marcar a presente temporada.
Uma Liga de muitas estrelas
Com o campeão a ser definido num playoff onde todas as eliminatórias serão disputadas num só jogo, definir um favorito é sempre uma missão traiçoeira. Mas também isso alimenta, e de que maneira, a ideia de que estamos um campeonato muito aberto, onde várias equipas podem sonhar com o título da MLS Cup. Esse facto fortalece-se com a ideia de estarmos perante uma competição onde as estrelas marcam presença em várias equipas (e a capacidade de decidir de cada uma delas é uma enorme possibilidade de surpresa em vista).
Os Seattle Sounders foram campeões na época passada e mantém boa parte do alinhamento de craques que fez a diferença. Nicolás Lodeiro é o jogador de topo de um plantel com muita experiência na competição, e que não sofreu grandes alterações. Mas, no que toca a estrelas, há quem lhe discuta o lugar. Carlos Vela, nos LAFC, é uma peça definidora de um plantel cheio de soluções, enquanto em Atlanta, Josef Martínez vai continuar a ser um terror dentro da área. Numa competição definida em jogos a eliminar, qualquer destes jogadores pode ser chave para se ser campeão.
Mas não ficam por aqui os eventuais candidatos. Chicharito Hernández demarca LA, neste caso com a camisola dos Galaxy (onde também há Pavón), como território de caça para craques mexicanos, enquanto no Canadá, Jozy Altidore se mantém como referência para dar poder de fogo aos Toronto, ainda mais com acompanhia de Pablo Piatti e Alejandro Pozuelo. Nos NYCFC, o brasileiro Héber é outra das figuras com cheiro de golo.
Olhando para a profundidade de alguns plantéis, há ainda muito o que interessa ver. Os FC Dallas atacam a Liga com a juventude de Cannon, Pomykal e Pepi (Olá, Tiago Estêvão), os Crew têm a juventude de Luis Diaz e um meio-campo com Artur e Nagbe, os Sporting KC podem apostar na juventude de Busio, enquanto, entre os clássicos, será de relembrar a qualidade de Michael Bradley, Diego Valeri, Maxi Moralez, Alejandro Bedoya ou Darwin Quintero.
Inter Miami e Nashville SC em estreia
Enorme a expetativa pela estreia dos Inter Miami, a equipa de David Beckham, que cumpre, finalmente, o seu projeto de ter uma equipa na MLS. A marca de entrada deste plantel é a contratação de Rodolfo Pizarro, um dos melhores talentos da Liga MX, a quem juntou a juventude de Mattias Pellegrini e Julian Carranza. O plantel tem ainda muitos jogadores com larga experiência na Liga, como Luis Robles, Roman Torres, Will Trapp e Victor Ulloa, demonstrando enorme potencial para ser trabalhado por Diego Alonso. O principal objetivo será cumprir com essas elevadas expetativas.
Para os Nashville SC, a história será diferente, mais complexa. Em Walker Zimmerman terão um dos melhores defesas da MLS, em Dax McCarty um valioso trunfo no que toca a experiência, em David Accam um antigo jogador do ano. Fora da Liga, contrataram Hany Mukhtar, que chegou a ter contrato com o Benfica, deixando em aberto um investimento maior para o futuro. Será uma equipa em construção, sobretudo nesta fase inicial da temporada, mas a forma como o público local tem estado entusiasmado poderá fornecer mais um estádio com bom ambiente na prova.
Nani é estrela entre os portugueses
Cinco* jogadores portugueses, com Nani a ser a clara referência (e com óbvio direito a fazer parte do Top 10 de estrelas da MLS). Os Orlando City não serão uma equipa tão competitiva no contexto da prova, mas o internacional português conta como uma garantia de entusiasmo nos jogos que podemos assistir. Para além dele, há ainda João Moutinho, um lateral-esquerdo que inicia a sua terceira temporada nesta Liga. A sua evolução tem sido dentro do esperado, podendo ser uma peça importante no onze titular.
Outro jogador português com ambição de estrelato é Pedro Santos, uma das figuras dos Columbus Crew. A sua terceira temporada levou a uma explosão dos números ofensivos do ex-Braga e a temporada passada alimenta a ideia de que poderá chegar ainda mais longe em termos de finalização. O último português a chegar foi Luís Martins, a meio da época passada, para vestir a camisola dos Sporting KC, onde faz companhia a Gerso Fernandes. Também visto como um provável titular neste conjunto, Martins poderá beneficiar de estar, agora, mais ambientado à realidade das muitas viagens que comporta ser profissional na MLS. Gerso, por sua vez, tem encontrado na MLS espaço para revelar as suas qualidades de desequilibrador.
*Janio Bikel assinou pelos Vancouver Whitecaps, tornando-se o sexto português da MLS.
Uma Liga em crescimento
Com projetos para sete novos estádios nos próximos anos, com um crescente número de equipas presentes, com um formato ainda mais emocionante, a capacidade de lutar no mercado das transferências por jogadores de nível mais elevado, a aliança com a Liga MX (esta temporada o jogo de All Stars será disputado entre “seleções” de cada uma das ligas), a cobertura ainda mais extensa a nível internacional (a MLS é das Ligas com melhor cobertura digital e vem alargando o número de países onde é transmitida – em Portugal, os jogos podem ser vistos na Sport Tv), este campeonato é de visita obrigatória.
Valerá a pena consultar ainda mais informação sobre a prova nestas ligações:
- Plantéis e Análises das 26 equipas
- Previsão da temporada por Matt Doyle
- Folha de Dados da MLS