Depois de um fim-de-semana em que toda a equipa se sentiu a superar as suas próprias forças, com um jogo onde se competiu com um adversário de condição superior, a semana de treinos foi baseada na manutenção de uma confiança elevada, valor que, associado à evolução técnica e física que vamos conseguindo identificar nos nossos jogadores, pode, em algum jogo, servir para fazer a diferença.
A questão é que, com a escola a reivindicar a atenção dos miúdos e os pais a exigirem que o estudo se faça à custa da falta ao treino, tornou-se mais complicado ter o quórum desejado em cada sessão. A somar a isso, sentiram-se os treinadores na obrigação de dar um sinal da importância das presenças nos treinos, tendo que elaborar convocatórias que deixassem claras as vantagens de treinar.
O fim-de-semana trouxe-nos dois jogos em escalões diferentes.
No sábado, com a equipa de sub-13, abordámos um encontro onde, na maioria dos elementos em campo, se poderia estabelecer um equilíbrio. Do lado do adversário, no entanto, um jogador fazia uma grande diferença, estabelecendo-a, desde o primeiro período, no resultado. Resultado esse que, ainda assim, poucos se preocuparam em anotar. Desde a primeira conversa que o foco se centrou na evolução individual e nos ganhos que isso traz para o coletivo. Cada jogador centrou-se nas coisas que tinha de fazer bem e, no fim do encontro, mereceram os parabéns pelo esforço feito. Tanto foi positiva a abordagem que, na mente dos jogadores, o resultado esteve sempre equilibrado. Missão cumprida.
No domingo, frente a uma equipa de sub-14, as dificuldades aumentaram. Tem sido uma tendência da equipa, a de “congelar” perante adversários fisicamente imponentes. A atitude muda consoante a paisagem do jogo e, claro, o nosso jogo sofre com essa leitura negativista da situação. Perdem-se pequenas oportunidades de conseguir continuar a construir coletivo, quando os jogadores que, pelo que conseguem fazer, recebem maior responsabilidade na abordagem do jogo. No entanto, o nosso papel de treinadores passa por, no meio da tempestade, saber inventar a bonança. Apontar o caminho, desvendar a dificuldade, abordar a solução. Como lhes disse no sábado, ao intervalo, “estamos a jogar contra miúdos de 11 e 12 anos, eles são muito inexperientes, cometem muitos erros”. Os meus pequenos jogadores ainda não estão familiarizados com a ironia.
Terça-feira há treino!