Semana 9 – Antes do jogo de hoje tinha pensado escrever apenas sobre o ponto de vista de treinador perante o trabalho que lhe vai surgindo com o desenrolar da competição. Neste momento, as nossas ideias de base deveriam estar assimiladas e passaríamos a entrar numa segunda fase da temporada, tentando aprofundar detalhes da técnica individual e evoluir dentro das normas estabelecidas coletivamente.
No entanto, o jogo mudou-nos as voltas. À espera de naturais dificuldades depois de uma semana em que tudo foi mais importante do que o treino (os testes, a festa da escola, a zanga com a colega…), entrámos na partida e deixamo-nos derrotar nos primeiros dois minutos. Perante a contrariedade nesse curtíssimo período de tempo, a equipa baixou os braços, descoordenou-se, e nem com descontos de tempo ou intervalos a tentar reorganizar o nosso jogo conseguimos sair do buraco onde nos enfiámos.
Tinha definido desde o início da temporada que um dos objetivos seria conseguir períodos mais largos de concentração da parte da equipa. No entanto, depois de uma semana em que parecia estar a conquistar alguma coisa nesse campo, o contexto traiu-nos. A sensação de superioridade, as diversas atividades que competem com o treino e a incapacidade de lidar com contrariedades levam a equipa a desaparecer por completo.
Lidamos com uma geração onde a ideia de lutar por algo é tão distante do seu dia-a-dia que se parece estar a convocar um livro de história quando se refere isso numa conversa. Aprender a reagir à contrariedade, ultrapassando, passo a passo, o peso de ter tantas coisas a “puxar-nos” pela atenção é algo que se trabalha, de forma intensa, no treino. A incapacidade, que não existiu, não pode ser incapacitante, correndo nós o risco de perdermos jogos só por acharmos que os vamos perder. A grande mudança é, continuará sempre a ser, mental.
Terça-feira há treino!