A MLS 2018 começa hoje e, antes de começar a emoção dos jogos, olhamos para as seis equipas em falta no nosso Guia. O perfume do Atlântico transformou New York na cidade onde os títulos são exigíveis em todos os desportos e o Soccer não é diferente. Por isso, nesta quarta entrega, falamos de ambições de conquista e de equipas em reconstrução. Para começar a acompanhar em direto, amanhã, nos canais Eurosport.
DC United
Há um certo otimismo no Distrito Federal, com a equipa dos United a preparar-se para estrear um novo estádio e, pela primeira vez em alguns anos, a entrar com uma visão positiva e ambiciosa daquilo que pode vir a fazer. Ben Olsen será o primeiro a tentar combater esse cinzentismo, com o foco em várias contratações que podem ajudar a criar um jogo mais atraente. Luciano Acosta e Paul Arriola serão, a meu ver, peças fundamentais para esse renascimento. Estando já juntos no final da época passada, começaram a dar os sinais necessários para que o otimismo compre casa em Washington.
A frente de ataque, que já tinha em Patrick Mullins um elemento de qualidade, é reforçada com a chegada do jovem boliviano Bruno Miranda, do experiente Darren Mattocks e dos extremos Zoltan Stieber e Yamil Asad. O costa-riquenho Ulises Segura, o venezuelano Júnior Moreno e Russell Canouse são mais duas peças que poderão ter influência no meio-campo da equipa. Há uma certa sensação de luxúria com tantas opções, se compararmos com os anos mais recentes.
A baliza recebeu, também, dois reforços de peso, com David Ousted a ser o titular esperado, mas Steve Clark a cotar-se como uma opção de qualidade, enquanto a linha defensiva talvez seja aquela onde ainda não se esteja ao mesmo nível do resto da equipa. Frédéric Brillant é opção para titular no centro da defesa, enquanto Oriol Fisher poderá dar mais competitividade na faixa esquerda, mas seria importante encontrar mais um jogador que pudesse equilibrar as coisas no momento em que a equipa não tem bola.
Montreal Impact
A chegada de Remi Garde promete revolucionar a maneira de jogar dos Impact, com um técnico europeu, com uma diferente postura perante o grupo e um grau de exigência também maior. Ao mesmo tempo, clarifica a influência francófona na equipa, com o franco-argelino Saphir Taider e o franco-senegalês Zakaria Diallo a chegarem para ser figuras centrais do onze titular. Ainda assim, a influência de Ignacio Piatti e a combatividade de Matteo Mancosu não deixarão de ser imagem de marca.
Jukka Raitala é outra das contratações para uma linha defensiva onde Chris Duvall e Victor Cabrera mantém influência, à frente do sempre seguro Evan Bush. No meio-campo, Samuel Piette poderá discutir posição com Marco Donaldel, no que significa uma tentativa de rejuvenescimento do plantel. A equipa conseguiu, ainda, trazer Raheem Edwards que, depois de deixar algumas boas notas em Toronto, pode ambicionar a mais relevo em Montreal.
As opções ofensivas completam-se com a chegada do chileno Jeisson Vargas. Haverá a esperança de centrar neste jogador parte das responsabilidades que eram atribuídas a Piatti, podendo proteger o veterano argentino ao longo da fase regular. Notando-se uma aposta consciente na renovação, e confiando muito no treinador, este é um projeto que parte para 2018 com dúvidas e necessidades de comprovação no que toca à adaptação à Liga. Uma prova a superar para se ter maiores ambições.
New England Revolution
Permitam-me um franzir de sobrolho perante o projeto dos Revolution. Apostando em Brad Friedel, que carece de qualquer experiência no banco, para treinador, perdendo Kei Kamara e não propondo um investimento muito visível em contratações, a equipa de New England poderá ter muitas dificuldades para abandonar os lugares do fundo da tabela. Todas as fichas estão apostadas no que podem fazer o húngaro Nemeth (que volta à MLS depois de passagem pelo Sporting KC) e o equatoriano Cristian Penilla, enquanto marcadores de golos.
A equipa mantém Lee Nguyen e Diego Fagúndez, dois portentos criativos que nem sempre renderam ao máximo do seu potencial e vê chegar Wilfried Zahibo para com Kelyn Rowe e Scott Caldwell fortalecer o meio-campo da sua equipa. Brad Friedel falou em procurar ter uma equipa com muita energia e potência na transição e precisará de qualidade para não ver o seu conjunto partir.
Na baliza, Cody Cropper poderá continuar a evoluir como uma das referências nas balizas da MLS, mas faltará alguma qualidade no quarteto defensivo. Delamea Mlinar e Claude Dielna não mostraram sinais de grande qualidade, o mesmo se podendo aplicar a Andrew Farrell. A chegada de Jalil Anibaba não é motivo para grandes festas, não sendo mais do que uma opção para dar profundidade ao plantel, sobrando para Gabriel Somi, chegado da Suécia, a responsabilidade de brilhar a partir da faixa esquerda da defesa.
New York City
New York quer ter um campeão e o City será o conjunto mais bem preparado para o atingir. Depois de na temporada passada Patrick Vieira ter revelado uma grande evolução em termos táticos, com mais e melhores opções no meio-campo, este ano tentará levar a equipa para o nível de se bater com os Toronto FC. David Villa é peça fundamental deste conjunto, mas a manutenção de jogadores como Yangel Herrera, Maxi Moralez e Alex Ring acaba por dar oportunidade a um aprofundar da dinâmica coletiva.
Jack Harrison é a saída a lamentar, com o jovem agora internacional Sub-21 a voltar a Inglaterra. O austro-líbio Ismael Tajouri e o paraguaio Jesús Medina são os candidatos a tomar o seu lugar, ainda que Jonathan Lewis tenha uma palavra a dizer. Para a frente de ataque chegou ainda o norueguês Jo Inge Berget, que dá uma opção mais física para o jogo na área. Enquanto Tommy McNamara continuará à procura de minutos, a chegada de Ebenezer Ofori oferece ao treinador uma opção mais viável e conforme ao seu modelo do que tinha o ano passado em Pirlo.
A defesa foi um setor que nem sempre acompanhou as expetativas no ano passado e, para competir com Callens e Chanot no corredor central, chega de França Cédric Hountondji. Enquanto a faixa esquerda está muito bem servida com Matarrita e Ben Sweat, o lado direito é renovado com o sueco Anton Tinnerholm e o Saad Abdul-Salaam, que fez uma boa época em Kansas City no ano passado. Com Sean Johnson como dono e senhor da baliza, os Citizens querem mostrar-se ainda mais ambiciosos este ano.
New York Red Bulls
Jesse Marsch pode ser o treinador com um modelo mais exigente, em termos coletivos, para a inteligência dos seus jogadores, e o desafio a que tem estado exposto nos Red Bulls é o de, ano após ano, perder referências. A saída de Kljestan, que era uma espécie de fonte de onde nascia a maior parte do bom futebol da equipa, causa-lhe novo problema prático. Aquilo que o argentino Kaku Romero poder dar ao seu conjunto será, agora, o novo guia para uma equipa em constante mutação tática.
A nível defensivo, a equipa manteve a sua estrutura base que lhe permite ser eficaz tanto com quatro, como com três defesas. A chegada de Tim Parker, ontem, reforça o setor, mas deixa a Tyler Adams um papel fundamental no equilíbrio da equipa, ditando desta forma uma base por onde começar a montar a sua proposta ofensiva. Sem Felipe Martins, haverá que procurar alternativas nesta zona do terreno. Alex Muyl e Daniel Royer, pelo conhecimento que têm do conjunto, poderão também ser importantes na forma como a equipa evolui esta época.
Para lá de Kaku, as restantes contratações parecem sugerir-se como opções para esse crescimento. Carlos Rivas poderá encontrar espaço para ser um elemento solto no ataque, ou no apoio ao goleador Bradley Wright-Phillips, o mesmo aplicando-se ao hondurenho Amando Moreno, que regressa à equipa. Cristhian Cásseres, venezuelano, é um jovem que procurará ter minutos, o mesmo se aplicando a Tommy Redding, que pela sua velocidade, é um acrescento interessante para a linha defensiva. No que parece ser uma equipa à procura de consistência, há talento suficiente para surpreender.
Philadelphia Union
Conseguir David Accam pode ser visto como o jackpot das transferências internas na MLS, mas Jim Curtin terá que provar que sabe o que quer fazer com o ganês, para poder elevar a equipa para o nível do playoff. Numa Conferência Este tão competitiva, isso não será propriamente fácil. Accam comporá com o checo Borek Dockal, com Alejandro Bedoya e Haris Medunjanin um coração dos Union que terá que ser muito mais pró-ativo do que lhe foi reconhecido na época passada. Tanto mais que Fafá Picault ou CJ Sapong, por falta de regularidade, acabam por não ser jogadores que se constituam como referências.
Talvez se esperasse um pouco mais de Jay Simpson, quando chegou para o ataque. Mas, como Ilsinho, apesar de muita qualidade, não deixa de ser um jogador que demonstrou estar um pouco fora do ritmo necessário para ser um titular habitual. Na defesa, não existem novidades, havendo expetativa para entender se Rosenberry pode voltar ao nível de 2016, se Jack Elliot pode crescer para ser um líder defensivo ou se Fabinho ainda tem futebol para mais uma época exigente.
A grande vantagem dos Philadelphia está na sua baliza, onde conseguirão manter, um ano mais, o internacional jamaicano Andre Blake. A sua capacidade para defender quase se pode comparar a um goleador, pela forma como evita os golos, e também por isso tem sido uma segurança constante no último reduto da equipa. Mas para aumentar o rendimento coletivo, é preciso que Jim Curtin retire um pouco mais de cada jogador para fazer a diferença.
Guia MLS 2018
Conferência Oeste (I)
Conferência Oeste (II)
Conferência Este (I)