O último dia de 2018

Uma pessoa habitua-se a fazer balanços e é todos os anos a mesma coisa. Mas, sobre 2018, há uma série de coisas que eu gostaria de deixar escritas. 

Há um ano atrás elencava decisões difíceis e estabelecimento de prioridades, um tanto ou quanto inconscientes, no meu balanço do ano que terminava. Mal sabia eu que 2018 seria o ano para perceber que nada é impossível. Hoje não escrevo sobre surpresas, no entanto. Escrevo sobre os planos que sabemos criar para nós próprios e para a forma como encaramos cada desafio. Não muda nada o facto de os últimos seis meses se terem transformado num corropio de portas que se vão abrindo umas atrás das outras. Não muda nada porque, o importante, não é tanto a forma como vives o momento em que a oportunidade surge, mas todo o tempo que dedicaste a preparar-te para esse dia.

Era quase uma brincadeira que trazia de criança. A vida começa aos quarenta, como se isso servisse de desculpa para tudo aquilo que ia aparentemente falhando ano após ano. Afinal os quarenta só chegam no ano que agora entra, mas a rampa de lançamento promete. É uma equação simples. Querer sempre ser melhor, querer sempre saber mais, duvidar diariamente daquilo que conseguimos, para o confirmar com mais umas horas de trabalho, mais umas horas de estudo. Andar, sempre, com os olhos e os ouvidos bem abertos para aquilo que o mundo tem para nos dar. Viver, sempre, com os braços abertos para aqueles que a nós se querem juntar. Se 2018 é um ano marcante, é-o sobretudo pela possibilidade de aumentar a comunidade que me rodeia a fazer as coisas que mais gostamos: pensar!

2018 foi um ano de emancipação de uma série de coisas que vinham do passado. O amadurecimento e conclusão do Podcast Linha Lateral, de braço dado com o Tiago Estêvão, em território DIY daquilo que queríamos ser. A capa de O Jogo, em tempo de Mundial, graças ao José Manuel Ribeiro. Mundial que também ficou marcado pelo #Convocatória da RealFevr (Obrigado Tiago Dias, José Miranda), pelo convite do Paulo Sérgio e do Alexandre Afonso para me juntar ao Rui Malheiro com Moscovo à Vista da Antena 1 e pelas análises na SIC Notícias. Um momento que se prolongou para o início da temporada (Obrigado Pedro Cruz, Elisabete Marques) e para as páginas do Expresso, graças à aposta do Pedro Candeias e dos desafios sucessivos lançados pelo Germano Oliveira e pelo Jorge Araújo. Uma nova temporada que também me levou a sair do Eurosport, onde aprendi imenso e deixei bons amigos, para me juntar à Eleven Sports, pela mão do Pedro Filipe Maia. Tudo isto, sempre, pontuado pelas conversas com o pessoal do “TwitterBola”, essa comunidade que não para de crescer.

Parece, hoje, que faço muita coisa, mas o estar na “montra” apenas oferece essa ilusão a quem vê de fora. São as mesmas horas de dedicação, de estudo, de aprofundamento, de reflexão sobre que caminhos temos para andar quando se fala de futebol, quando se fala de vida. Uma “montra” que acaba por permitir apoiar mais gente, conversar e conhecer mais pessoas, que sempre me trazem algo para que eu aprenda, que sempre, espero, podem levar algo que eu ensine. Tudo fruto, também, daquele espaço chamado casa onde a tranquilidade e o amor tudo permitem. E, como a imaginação é uma árvore cujos ramos não param de se multiplicar, entrarei em 2019 a crescer para atingir novos frutos. Porque isto anda tudo ligado.

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